"Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido". Lucas, 8:17,12:2 em Mateus10:26

"Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene". Amós (570-550 a.c.)

"Ninguém pode ser perfeitamente livre até que todos o sejam".

Santo Agostinho

domingo, 30 de setembro de 2012

SIP é um antro da mídia golpista


Por Altamiro Borges
O texto “Dilma irá ao antro midiático da SIP?”gerou certa polêmica. Alguns amigos argumentaram que, como presidenta da República, ela não teria como se ausentar de um fórum de empresários da mídia do continente. Uma atitude deste tipo seria encarada como um “desrespeito à liberdade de expressão”. Os mais otimistas chegaram a dizer que até seria positiva a sua participação na 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, que ocorrerá em outubro na capital paulista, para “dizer umas verdades”.
Respeito os argumentos, mas discordo. A SIP não é uma entidade empresarial, mas sim um antro golpista. Na semana retrasada, a própria presidenta Dilma arrumou uma desculpa para não participar de um evento do Grupo Abril, após saber de uma reportagem asquerosa da Veja contra o ex-presidente Lula [vale insistir: cadê a entrevista com o Marcos Valério?]. No caso da SIP, não há diferença nas ações asquerosas. Não precisa nem inventar desculpa. Exponho abaixo um pouco da sinistra história desta entidade “empresarial”.
Jules Dubois, o homem da CIA
A Sociedade Interamericana de Imprensa não tem nada a ver com liberdade de expressão e, muito menos, com democracia. Ela reúne os barões da mídia do continente que apoiaram golpes militares e sustentaram ditaduras sanguináriasalguns destes grupos, como a Globo e o Clarín, inclusive construíram seus impérios neste período com as mãos sujas de sangue. Com a redemocratização na região, estes mesmos barões da mídia foram os difusores do receituário neoliberal de desmonte do Estado, da nação e do trabalho.
Sediada em Miami, a SIP defende os interesses das megacorporações capitalistas e as políticas imperiais dos EUA. Ela até tenta se travestir de “independente”, mas a sua direção sempre foi hegemonizada pelos empresários mais ricos e reacionários do continente.  Num estudo intitulado “Os amos da SIP”, o jornalista Yaifred Ron ainda apresenta inúmeros documentos que comprovam os vínculos da entidade com a central de “inteligência” dos EUA, a famigerada CIA.
A SIP foi fundada em 1943 numa conferência em Havana, durante a ditadura de Fulgencio Batista. Num primeiro momento, devido à aliança contra o nazi-fascimo, ela ainda reuniu alguns veículos progressistas. Mas isto durou pouco tempo. Com a onda macartista nos EUA, ela foi tomada de assalto pela CIA. Em 1950, na conferência de Quito, dois serviçais da agência, Joshua Powers e Jules Dubois, passam a dirigir a entidade. Dubois comandou a SIP por 15 anos e tem seu nome gravado no edifício da entidade em Miami.
Desestabilizar governos progressistas
Neste período, a SIP se tornou um instrumento da CIA para desestabilizar os governos progressistas da América Latina. Para isso, os estatutos foram adulterados, garantindo maioria às publicações empresariais dos EUA; a sede foi deslocada para os EUA; e as vozes críticas foram alijadas. “Em resumo, eles destruíram a SIP como entidade independente, transformado-a num aparato político a serviço dos objetivos internacionais dos EUA”, afirma Yaifred.
Na década de 50, ela fez oposição ao governo nacionalista de Juan Perón e elegeu o ditador nicaragüense Anastácio Somoza como “anjo tutelar da liberdade de pensamento”. Nos anos 60, seu alvo foi a revolução cubana; nos anos 70, ela bombardeou o governo de Salvador Allende, preparando o clima para o golpe no Chile. “A ligação dos donos da grande imprensa com regimes ditatoriais latino-americanos tem sido suficientemente documentada e citada em várias ocasiões para demonstrar que as preocupações da SIP não se dirigem a defesa da liberdade, mas sim à preservação dos interesses empresariais e oligárquicos”.
Contra a regulação da mídia
Na fase mais recente, a SIP foi cúmplice do golpe midiático na Venezuela, em abril de 2002, difundido todas as mentiras contra o governo democrático de Hugo Chávez. Este não vacilou e considerou os seus representantes como personas non gratas no país. Ela também tem feito ataques sistemáticos aos governos de Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner. Atualmente, o maior temor da SIP decorre das mudanças legislativas que objetivam democratizar os meios de comunicação na América Latina.
Qualquer iniciativa que vise regulamentar o setor e diminuir o poder dos monopólios é taxada de “atentado à liberdade de expressão”. Como aponta Yaifred, o maior esforço da entidade na atualidade é “para frear as ações governamentais que favoreçam a democratização da mídia". A 68ª Assembleia Geral deverá, apenas, ratificar esta linha golpista. Ou seja: nada justifica a participação da presidenta Dilma Rousseff!

sábado, 29 de setembro de 2012

ELITES TRATAM MENSALÃO DE FORMA ANTIDEMOCRÁTICA

Rogério Cassimiro/Folhapress
Quem argumenta é Luiz Carlos Bresser Pereira, intelectual que foi ministro de FHC, abandonou o PSDB e assinou o manifesto que defende os princípios da legalidade na Ação Penal 470
29 DE SETEMBRO DE 2012
247 – Em carta dirigida à Folha de S. Paulo, o intelectual Luiz Carlos Bresser Pereira explica por que assinou o manifesto que defende a legalidade no julgamento da Ação Penal 470. Diz ele que o julgamento do mensalão está sendo tratado pelas elites brasileiras de forma “incompatível com os princípios do Direito e da democracia”. Leia:
MensalãoEsta Folha publicou em 25/9 notícia ("Artistas solidários a Dirceu criticam tom de julgamento", "Poder") que levou leitores e amigos meus a entender que eu teria assinado um manifesto de apoio a José Dirceu. De fato, eu assinei um manifesto que me foi enviado por amigos do político do PT, mas esse manifesto não menciona seu nome nem faz referência a ele; manifesta apenas preocupação com a forma como o julgamento do mensalão está sendo tratado pelas elites brasileiras, uma forma, a meu ver, incompatível com os princípios do Direito e da democracia.
No momento em que o esquema de corrupção foi denunciado, cabia perfeitamente a manifestação da opinião pública. Agora, no momento do julgamento, essa manifestação é espúria. Temos uma instituição e um corpo de juízes da mais alta qualidade que estão encarregados constitucionalmente de examinar as provas e decidir. Eles têm as informações necessárias e conhecem melhor do que nós os princípios do Direito. A melhor maneira de respeitá-los e de respeitar a democracia é deixar que decidam com liberdade, em vez de julgarmos por nossa própria conta.

Luiz carlos Bresser-Pereira, colunista da Folha (São Paulo, SP)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Protecionismo ou legítima defesa?

Artigo de Bresser Pereira - publicada na Folha de SP em 24-09-12
O governo americano, em carta enviada por seu representante comercial Tom Kirk ao Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, acusou o governo Dilma de estar sendo "protecionista" por haver decidido aumentar tarifas de cem produtos importados pelo Brasil.
E cobrou ("urged") que o governo brasileiro reveja sua decisão. O ministro brasileiro ironizou o americano por ter "reconhecido a legalidade" das medidas brasileiras no quadro da OMC e afirmou que o Brasil foi obrigado a tomar essa iniciativa porque os EUA, com sua política de emissão de dólares ("quantitativeeasing"), vem causando a apreciação do real.
Patriota acusou também os EUA de subsídio à sua agricultura, mas a novidade em termos de discussão tarifária é a de mostrar que tarifas e taxa de câmbio se substituem quando se trata de importação. Esta é uma tese "proibida" na OMC, mas é afinal óbvia.
Se um país eleva em 10% suas tarifas, mas a taxa de câmbio se aprecia em 30%, na prática a indústria foi afinal desprotegida em 23% em relação ao preço inicial em reais.
Façamos as contas, partindo-se de tarifa zero, do preço de um bem de US$ 10, e de uma taxa de câmbio de R$ 2,60 por dólar, implicando um preço em reais de R$ 26,00.
Se for estabelecida uma tarifa de 10%, seu preço em reais será R$ 28,60; mas caso a taxa de câmbio se aprecie em 30%, caindo para US$ 1,82, o preço em reais cairá de R$ 28,60 para R$ 20,00, de forma que, devido à depreciação, a proteção adicional de 10% se transformou em uma desproteção líquida de 23%.
A substituição de tarifa por câmbio e a tese de que nos países em desenvolvimento a taxa de câmbio deixada livre tende a ser cronicamente sobrevalorizada estão no centro da nova escola keynesiano-estruturalista que está surgindo no Brasil.
Quando o ministro Guido Mantega, que faz parte dessa escola, afirmou há alguns anos que o Brasil estava sendo vítima de uma guerra cambial, pensava nestes termos.
É claro que os EUA e o clube dos países ricos não concordam. Porque ideologicamente acreditam que a liberalização comercial geral é do seu interesse.
Na verdade, em relação a países de renda média que são capazes de exportar bens manufaturados, isso não é mais verdade.
Se esses países lograrem neutralizar as duas causas dessa sobrevalorização crônica do câmbio (entradas excessivas de capital, agora agravadas pela política de emissão monetária dos países ricos, e doença holandesa), ganharão mais que os ricos com a abertura comercial.
Foi o que perceberam há muito os países asiáticos dinâmicos, que não se deixaram enganar pela tese do Ocidente de que "precisam" de seus capitais.
É o que nós, brasileiros, já começamos também a entender, mas que não tivemos ainda força suficiente para implementar, seja porque a dependência de nossas elites e principalmente de nossos economistas é muito maior do que a das elites asiáticas, ou porque a doença holandesa é mais grave aqui.
Como não logramos colocar a taxa de câmbio no verdadeiro nível de equilíbrio somos obrigados a aumentar tarifas.
É um "secondbest", mas está claro que o governo brasileiro não se deixará comover com as acusações americanas. O que o Brasil está fazendo é legítima defesa.
Luiz Carlos Bresser-Pereira é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, onde ensina economia, teoria política e teoria social. É presidente do Centro de Economia Política e editor da "Revista de Economia Política" desde 2001. Foi ministro da Fazenda, da Administração e Reforma do Estado, e da Ciência e Tecnologia. Escreve a cada duas semanas, aos domingos, na versão impressa de "Mundo".
 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

E TUDO COMEÇOU COM A VENDA DE ALENCAR AO PT

Esta segunda-feira foi dia de Valdemar Costa Neto, condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha pelo revisor Ricardo Lewandowski. A origem de tudo já havia sido narrada abertamente pelo ex-porta-voz de Lula, Ricardo Kotscho, no livro "Do Golpe ao Planalto". Valdemar vendeu o vice José Alencar ao PT por R$ 10 milhões
24 DE SETEMBRO DE 2012 ÀS 22:03
247 - A política como um grande negócio. Nenhum personagem ilustra tão bem esse conceito como o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), que nesta segunda-feira foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha pelo revisor Ricardo Lewandowski.
Mercador assumido, Valdemar vendeu ao PT, em 2002, um vice-presidente: José Alencar. O preço? Dez milhões de reais para as campanhas dos candidatos do PL (ex-PR). E esse episódio foi narrado abertamente pelo ex-porta-voz de Lula, Ricardo Kotscho, no livro "Do Golpe ao Planalto". Leia:
DO GOLPE AO PLANALTO
Ricardo Kotscho
(início página 222 – passa à 223 / capítulo "RUMO À VITÓRIA")
Descrição de episódio em 2002)
(........)
Desde o início, Lula viajou em jatinhos fretados e, em vez de encontrar apenas a militância e os setores do movimento social que já o apoiavam, mantinha constantes reuniões com entidades e setores do empresariado antes refratários ao PT. Por isso, ele se empenhava tanto em consolidar a aliança com o PL, o que só foi conseguido no último momento do último dia do prazo para a inscrição de chapas. Numa tensa reunião no apartamento funcional do deputado Paulo Rocha (PT-PA), da qual participaram, além de Lula e Alencar, os presidentes do PT, José Dirceu, e do PL, Valdemar Costa Neto, bem como vários diligentes dos dois partidos, houve um momento em que parecia ter fracassado a tão sonhada aliança capital-trabalho. Dirceu chegou a dar as conversações por encerradas. Lula pediu uma ligação para o petista Patrus Ananias, mineiro como Alencar, que seria o vice do plano B – chapa "puro-sangue" que o candidato e a coordenação da campanha queriam evitar.
Dezenas de jornalistas aguardavam uma definição na portaria do edifício de Rocha. Por pouco não desci para dizer-lhes que não haveria mais a chapa PT-PL. Quando já ia pegar o elevador, fui chamado de volta. As negociações haviam recomeçado, agora no quarto do anfitrião. Embora sempre procurasse me manter à distância nessas horas, esperando por uma decisão para comunicá-la à imprensa, estava claro para todos que o impasse se dava na questão da ajuda financeira que o PL tinha pedido ao PT para fazer sua campanha. Somente três anos depois, quando estourou o "escândalo do mensalão", eu ficaria sabendo que o valor solicitado era de 10 milhões de reais. No início da noite, os dirigentes dos dois partidos anunciaram que a aliança estava selada, como queriam Lula e Alencar.
(......)
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/81347/E-tudo-come%C3%A7ou-com-a-venda-de-Alencar-ao-PT.htm

terça-feira, 18 de setembro de 2012

"Um grande fipilhopo daputapa"

POR JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE
(Enviado de Paris) Acabo de ler o último livro que o general francês Paul Aussaresses escreveu: "Eu não contei tudo. Últimas revelações a serviço da França" (Je n'ai pas tout dit. Ultimes révélations au service de la France, Editions du Rocher, 2008). Depois disso, tentei entrevistá-lo, sem sucesso, através de contato com Jean-Philippe Bertrand, assessor de comunicação da editora. Soube que o general está com 94 anos, quase cego, e que não mora em Paris, reside na Alsácia. Mas não dá entrevistas.
Nos últimos anos, ele concedeu, pelo menos, duas entrevistas polêmicas: uma ao Le Monde, em novembro de 2000; outra, publicada pela Folha de S. Paulo, em maio de 2008, feita pela jornalista brasileira Leneide Duarte-Plon, que vive na França. Paul Aussaresses falou com ela e deu sua opinião sobre os militares brasileiros. Disse que o general Ernesto Geisel era "uma homem racional de uma profunda moralidade", que o general João Figueiredo era "um adorável sedutor" e que guardou boas lembranças do general Garrastazu Médici, a quem conheceu na embaixada da França e com quem conversou em português.
Tentei arrancar agora uma entrevista para o Diário do Amazonas, consciente de que seria difícil. Diante da impossibilidade, só me resta compartilhar com o leitor minhas impressões sobre o livro que li, onde o general conta suas andanças pelo Brasil, suas atividades como adido cultural da França em Brasília, de 1973 a 1975, e suas muitas passagens por Manaus, onde foi professor de tortura no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS).
Um predestinado
Logo no primeiro capítulo, Paul Aussaresses revela que sempre foi um babaca, desde que nasceu. Quer dizer, ele não diz que era babaca, é claro, sou eu que estou dizendo pelas coisas que ele narrou. Ele conta, por exemplo, que na sua infância, em Paris, olhava de sua janela os soldados desfilando no Campo de Marte e ficava fascinado:
- Eu dizia a mim mesmo: quando eu crescer, vou ser militar. Minha querida avó, em cuja casa meus pais me deixavam muitas vezes, me olhava e dizia orgulhosa: "Cadê o generalzinho da vovó"? Na família, todo mundo dizia que minhas primeiras palavras foram: "Posição, sentido! Avançar!". Mas eu não amava apenas os desfiles militares e a música marcial. Era eu um predestinado?
Paul Aussaresses cresceu, se tornou militar e atuou no Serviço de Documentação Exterior e de Contra-Espionagem (SDECE). Participou da guerra da Indochina. Confessa, na maior cara de pau, que este órgão do governo francês decidiu montar uma rede para o tráfico de ópio:
- Nós comprávamos ópio no Laos por 14 centavos o grama e revendíamos aos intermediários por 18 francos. Esse tráfico rendeu muito à República Francesa e dessa forma nós pudemos financiar atividades de repressão". Chefe do Batalhão de Paraquedistas francês, além de combater na Indochina, lutou na Segunda Guerra Mundial e recebeu a medalha de herói. Foi um dos responsáveis pela sistematização da tortura durante a guerra da Argélia, instrutor das forças especiais norteamericanas em Fort Bragg, e se distinguiu nos anos 1970 como professor de tortura no CIGS, em Manaus, criado pelo marechal Castelo Branco no início da ditadura militar, em 1964. Teve alunos brasileiros, chilenos, argentinos, uruguaios e paraguaios, entre outros.
Sem arrependimento
Vale a pena reproduzir aqui alguns trechos do livro. O jornalista Jean-Charles Deniau, autor da entrevista, que deu origem ao livro do general, lhe pergunta:
- Você ia com muita frequência a Manaus?
- Sim, ia todos os meses.
- O que você ia fazer lá?
- Manobras com os alunos e estagiários do CIGS.
- Mas você não ia para o coração da floresta apenas para realizar manobras…
- Não. Os brasileiros me confiaram outras tarefas. Meu programa consistia em ensinar aos alunos a guerra contra-revolucionária. Para ser bem claro: eu ensinava as técnicas da batalha da Argélia.
- E em relação à tortura, como é que acontecia?
- A gente ensinava as técnicas, ensinava como se devia fazer.
-  O ensino da tortura era, então, apenas teórico? Ou havia aulas práticas?
- Havia aulas práticas.
- Na realidade, vocês formavam torturadores brasileiros que, por sua vez, exportavam a técnica para outros países da América Latina?
- Sim. Confirma. Exato.
O general francês conta que quando foi adido militar, o general João Figueiredo era chefe do SNI e com ele construiu uma sólida amizade, assim como com o delegado Sérgio Fleury. Narra que quando estava em Manaus foi chamado às pressas à Brasília por Figueiredo, que o levou ao porão de um prédio onde uma mulher presa, de nome Eva, com quem o francês havia tido um caso, estava sendo torturada. Ela morreu sob tortura. Segundo Figueiredo, era uma espiã.
O professor de tortura francês faz uma apologia da violência cometida contra presos indefesos, justificando: "A tortura é eficaz, a maior parte das pessoas não aguenta e fala mesmo. Depois, quase sempre, nós os matávamos.  Por acaso isso me trouxe problemas de consciência? Não, essa é que é a verdade: não".
Na entrevista a Leneide Duarte-Plon, ele havia declarado: "Não me arrependo de nada. E recusei uma proposta que me foi feita no tribunal, quando fui acusado de fazer a apologia da tortura, o que não é verdade. Meu advogado e meu editor me propuseram declarar que eu me arrependia do que fizera e do que escrevera. Não posso, não me arrependo, eu seria desprezado por minha mulher
Enfim, o general francês Paul Aussaresses, no seu livro, demonstra que é – usando a linguagem do "p" – um grande fipilhopo daputapa.
José Ribamar Bessa Freire é professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ) e pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)
http://terramagazine.terra.com.br/blogdaamazonia/blog/2012/09/12/professor-de-tortura-frances-participava-de-guerra-contra-revolucionaria-na-amazonia/

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Fundação Ford - Guerra Fria

CEBRAP - Para os EUA, Brasil era campo de batalha na Guerra Fria
 FELIPE WERNECK, HELOISA ARUTH STURM
  RIO - O Estado de S.Paulo

 O norte-americano Peter Bell chegou ao Brasil em setembro de 1964, pouco depois do golpe militar, para assumir o recém-criado escritório da Fundação Ford no Rio. Ficou no cargo até 1969 e permaneceu no programa da fundação para a América Latina até 1973. Hoje, com 72 anos, Bell é pesquisador sênior no Hauser Center for Nonprofit Organizations da Harvard University, nos EUA. Procurado pelo Estado para uma entrevista sobre os 50 anos de atuação da Fundação Ford, que distribuiu mais de US$ 350 milhões em doações no País, Bell revela o encontro que teve com um oficial da CIA após ter comunicado à matriz em Nova York a intenção de conceder verba para a criação do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Conta também quando foi recebido com uma bomba em sua primeira visita à Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. "No contexto do período, entendo que alguns brasileiros possam ter desconfiado de mim", diz.

O sr. poderia falar dos objetivos da Fundação Ford ao chegar no Brasil, há 50 anos?
O escritório brasileiro foi estabelecido logo no início das atividades na América Latina. O objetivo principal era conceder recursos para promover o desenvolvimento por meio de apoio a programas voltados ao ensino superior. Naquela época, "desenvolvimento" era entendido sob viés econômico, infraestrutural e científico, e mensurado a partir do aumento da renda per capita. Por isso, as bolsas apoiaram cursos de pós-graduação em ciências, engenharia, administração pública e economia, áreas "seguras" para uma fundação recém-chegada. Sua essência era tecnocrática e apolítica. Recursos para universidades e para instituições como CNPq, Capes e Fundação Getúlio Vargas provaram a sua importância. Nota-se mudança no perfil das doações ao longo dos anos. No início, eram privilegiadas áreas como produção agrícola e controle populacional. Nos anos 1970, migraram-se recursos para órgãos de pesquisa e, mais recentemente, para ONGs.
Como ocorriam essas escolhas, o que motivava as decisões? 
Com o tempo, a percepção sobre o termo "desenvolvimento" evoluiu, assim como nossa familiaridade com o Brasil. Mais do que isso, o contexto brasileiro para a concessão de recursos mudou. A fundação focou sua atenção nas ciências agrárias, por acreditar que a agricultura, embora essencial, havia recebido apoio insuficiente. Também tivemos a audácia de apoiar a criação de serviços para saúde reprodutiva e planejamento familiar. Simultaneamente ao meu ingresso na fundação, em setembro de 1964, e no início do regime autoritário, começamos a financiar pesquisa e cursos de pós-graduação em ciências sociais. Fizemos isso porque acreditávamos, assim como nossos colegas brasileiros, que os cientistas sociais poderiam ajudar a explorar e clarificar as dimensões política e social do desenvolvimento. Não demorou muito para descobrir que o apoio às ciências sociais poderia ser tão controverso quanto o dado ao planejamento familiar. Em meio à guerra fria, o governo militar confundiu cientistas sociais com socialistas e limitou sua liberdade. A Fundação percebeu que era insuficiente presumir que nós éramos "apolíticos" ou "tecnocráticos".

Como organização transnacional, tínhamos a obrigação de explicitar os valores que regiam nossa concessão de subsídios e que eram essenciais para o progresso das ciências sociais e naturais. Ao mesmo tempo, não poderíamos ser partidários. Nas décadas mais recentes, com o escritório da fundação composto cada vez mais por brasileiros, e, à medida que o País se tornou mais democrático, a fundação engajou-se no apoio a programas para promover direitos humanos e reduzir a pobreza, frequentemente por meio de recursos a ONGs.

Como representante da fundação no início de sua atuação na América Latina, como o senhor avalia os críticos que, principalmente nos anos 1960 e 1970, viam tais instituições como agentes da política externa americana?


No ápice da guerra fria, o governo norte-americano e suas agências de inteligência viam a América Latina e a maior parte do mundo através do prisma do combate ideológico e de poder contra a União Soviética. Nas décadas de 1960 e 1970, os EUA frequentemente viam o Brasil e outros países como "campos de batalha" na Guerra Fria. O que me motivou a trabalhar na Fundação Ford foi que nós, como organização independente, não precisávamos adotar essa mentalidade. No contexto do período, pude entender por que alguns brasileiros podem ter desconfiado de mim. Nunca vou me esquecer de quando fui recebido com uma ensurdecedora explosão na minha primeira visita à Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Os professores com os quais me encontrava tentaram me garantir que eram fogos de artifício. Um deles depois me disse que era uma bomba detonada por estudantes como um aviso para manter distância.

O apoio da fundação à criação de um centro composto por cientistas sociais expulsos da USP pelo regime militar, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), é emblemático. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse a pesquisadores da FGV que o apoio financeiro dado pelo sr. ajudava pessoas perseguidas a se manterem no País e contou que, na época, era muito dinheiro, mas não lembrava o valor. O senhor recorda?


Eu era o diretor do programa, junto com o Frank Bonilla, assessor do programa na área de ciências sociais, que trabalhou com Fernando Henrique para elaborar a recomendação que o escritório brasileiro fez à Fundação para concessão de uma verba para a criação do centro. Eu não consigo lembrar a quantia exata, mas eu realmente considero-a uma das verbas mais gratificantes e importantes concedidas na minha gestão. O CEBRAPp não somente ajudou a manter Fernando Henrique e seus colegas produtivamente engajados no Brasil, como se tornou um centro líder de pesquisa e análise social no Brasil e em toda a América Latina. Embora Fernando Henrique não fosse político na época, ele se tornou uma força primordial no restabelecimento da democracia no Brasil. Em julho, ele recebeu o Prêmio Kluge, que é como o Prêmio Nobel para as ciências sociais. Mais de quatro décadas depois do primeiro benefício que concedemos, eu fiquei comovido quando ele me enviou um e-mail dizendo que, na época de maiores dificuldades no Brasil, a fundação tornou possível que ele escrevesse o que escreveu e fizesse o que ele fez.

É verdade que o senhor foi chamado pela embaixada americana para uma conversa após o apoio ao CEBRAP?


Pouco depois que enviamos para nossa sede em Nova York a recomendação do escritório brasileiro para a concessão da bolsa para o CEBRAP, eu recebi um telefonema de um representante da embaixada americana no Rio. Ele começou me avisando: "Se você sabe o que é bom para a sua carreira, você desistirá de obter a verba para o CEBRAP". Eu disse a ele que nós trabalhamos muito na recomendação, revisamos com cuidado a proposta e os planos de Fernando Henrique e seus colegas, e estávamos convencidos de que atendia aos nossos parâmetros. Realmente, nós estávamos entusiasmados com aquela oportunidade. Eu realmente disse, porém, que, se ele tivesse alguma informação que fosse relevante para nossa decisão sobre o apoio, gostaria de ouvi-la. Ele respondeu marcando um encontro para mim no dia seguinte com um oficial da CIA e chegou carregando uma pasta com memorandos e clippings de jornal. Eu examinei o material com ele: cada item simplesmente indicava que Fernando Henrique havia sido visto na presença de um "conhecido esquerdista". Eu disse ao meu visitante que a pasta era tão somente sobre "culpado por associação" e que eu não havia visto nada que invalidasse nossa recomendação aos representantes da fundação. Eles de fato rapidamente aprovaram a doação.

Com a crise financeira, estaria em curso uma mudança de perfil da filantropia norte-americana?

Não há dúvida de que as fundações estabelecidas nos EUA sofreram com a recessão dos últimos cinco anos e com a obrigação legal de despender 5% de todas as doações que recebem a cada ano. Mas a chegada das fundações Gates (criada por Bill Gates) e Buffet (do investidor Warren Buffett) e a proliferação de outras fundações sugerem que a filantropia organizada continuará a ser um colaborador vital para o pluralismo dentro dos Estados Unidos e para a inovação e o dinamismo entre as instituições sem fins lucrativos. O número de fundações filantrópicas no Brasil também está crescendo e vai desempenhar uma papel ainda maior no País. Eu esperaria que as fundações pelo mundo trabalhassem mais em parceria e aprendessem umas com as outras. Eu dirijo o comitê de uma fundação na Europa que em breve se reunirá com sua filial no Brasil justamente para promover um intercâmbio.

 http://www.defesanet.com.br/dita/noticia/7752/CEBRAP---Para-os-EUA--Brasil-era-campo-de-batalha-na-Guerra-Fria

COMENTÁRIO:
CABO BELLO 17.09.2012 às 11:39

Para se saber de como funciona o ENTREGUISMO do Brasil, é muito importante tomar conhecimento da ingerência de organismos multinacionais em nosso país e das “compras que faz em setores do mercado doméstico”. Ou “domesticado”. Além do livro “E quem pagou a conta” da escritora inglesa Frances Stonor Saunders, que descreve as ações da organização norte-americana CIA no mundo todo, a entrevista com Peter Bell publicada no “Estadão” de ontem, sob o título CEBRAP – PARA OS EUA, BRASIL ERA CAMPO DE BATALHA NA GUERRA FRIA, é muitíssimo esclarecedora. (reproduzida em http://ofilhodoprofeta.blogspot.com.br/). Nela, nas entrelinhas (ou “domínio do fato”, termo que vários ministros do STF passaram a usar), conclui-se que FERNANDO HENRIQUE CARDOSO e sua patota, até então perseguidos pela Ditadura Militar como empedernidos marxistas, foram “convencido$$” a mudar de lado e adotar convicções ofertadas.
 http://www.brasil247.com/pt/247/economia/80576/A%C3%A9cio-volta-a-atacar-heran%C3%A7a-maldita-na-Petrobras.htm

sábado, 15 de setembro de 2012

"Lula era o chefe", diz Valério (em off) a Veja


BOMBA ANUNCIADA PELA REVISTA VEJA CONTRA O EX-PRESIDENTE LULA NÃO TRAZ PROPRIAMENTE UMA ENTREVISTA DE MARCOS VALÉRIO À PUBLICAÇÃO. SÃO DECLARAÇÕES DITAS A SUPOSTOS INTERLOCUTORES PRÓXIMOS, REPRODUZIDAS PELA REVISTA. "OFF THE RECORDS", COMO SE DIZ NO JARGÃO JORNALÍSTICO. OU SEJA: NADA ESTÁ GRAVADO, OU DECLARADO OFICIALMENTE. MAS VEJA FAZ PAIRAR NO AR A AMEAÇA DE UMA DELAÇÃO PREMIADA CONTRA LULA
15 de Setembro de 2012
247 – Desde ontem à noite, Veja anuncia por meio de dois de seus porta-vozes extraoficiais, os jornalistas Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo, uma capa bombástica contra o ex-presidente Lula. A “mais importante desde a entrevista de Pedro Collor”, que gerou o impeachment de seu irmão Fernando Collor, há exatos vinte anos. A capa, no entanto, não entrega a mercadoria. Traz uma declaração de Marcos Valério de Souza (“Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos”) que não foi dita diretamente à revista. Trata-se, na verdade, de algo dito a interlocutores próximos do empresário, já condenado na Ação Penal 470, mas não oficialmente à revista. Off the records, portanto.
A reportagem começa com uma narrativa sobre a rotina de Valério, como o fato dele levar todos os dias os filhos à escola, para dar ar de verossimilhança ao texto. Mas nenhuma das declarações – todas elas capazes de provocar uma crise política de proporções inimagináveis – foi dita a jornalistas da revista. Eis algumas delas:
“Lula era o chefe”.
“Dirceu era o braço direito do Lula, o braço que comandava”.
“O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com o Lula à noite”.
“O caixa do PT foi de 350 milhões de reais”.
“(Depois da descoberta do escândalo), meu contato com o PT era o Paulo Okamotto. O papel dele era tentar me acalmar”.
“O PT me fez de escudo, me usou como boy de luxo. Mas eles se ferraram porque agora vai todo mundo para o ralo”.
“Vão me matar. Tenho de agradecer por estar vivo até hoje”.
Não sabe, portanto, se Valério realmente disse o que Veja atribui a ele. Pode ter dito, como não dito. O fato é que não assume publicamente suas declarações – algo bem diferente do que aconteceu vinte anos atrás, com Pedro Collor. Em vários depoimentos, todos eles gravados, ele narrou ao jornalista Luís Costa Pinto, então repórter da revista em Recife, detalhes da vida privada do ex-presidente Collor. Era uma entrevista em “on” – contestada apenas por aqueles que diziam que Pedro Collor não estava no juízo normal quando deu suas declarações.
No caso atual, pode-se acreditar ou não na versão de Veja. Valério disse porque Veja disse que disse. Ou Valério não disse porque Veja mantém sua cruzada contra o ex-presidente Lula, iniciada em 1º de janeiro de 2003, dia de sua posse.
Como se sabe, Lula não foi alvo de um processo de impeachment em 2005, porque a oposição, regida pelo antecessor Fernando Henrique Cardoso, não teve coragem de enfrentá-lo. Sobrou para o “capitão do time” José Dirceu, muito embora o delator Roberto Jefferson agora acuse Lula de ser o “mandante” de todo o esquema – uma contradição que o procurador Roberto Gurgel desconsidera, uma vez que Jefferson serve para incriminar Dirceu, mas não Lula. 
Agora, com a capa desta semana, Veja sugere que Marcos Valério poderá fazer uma delação premiada para incriminar também o ex-presidente Lula. Assim, não apenas alguns símbolos da era Lula seriam condenados, como, talvez, o próprio ex-presidente.
Anunciam-se tempos de radicalização política no País.

COMENTÁRIOS:

Dionísio -  Mas o Marcos Valério não disse nada (mesmo em off) sobre como ele iniciou sua carreira de bandido ? Que foi quando ele montou o mesmo esquema de mensalão para o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, então Presidente do PSDB ? Porque a bandida VEJA só faz denúncias (sempre em OFF) somente contra o PT ? Fica difícil de acreditar em uma revista que tem sociedade com a quadrilha do Cachoeira..
VALE TUDO PELO CERRA -  A Veja já sabe que o Cerra não ganha em São Paulo, então apostar nas últimas fichas para levá-lo ao 2º turno, a Veja tenta honrar os milhões que o Zé Bolinha desviou do Estado, para molhar a mão dos Civitas, "Tudo vale, quando a vida é pequena"
Laudelino Marcos Silva -  Vocês comeram mosca, o Augusto Nunes já antecipou parte da matéria: Mais uma edição histórica de VEJA: Marcos Valério revela segredos do mensalão “O tumor da corrupção impune assumiu dimensões tão perturbadoras que talvez só possa ser lancetado por um quadrilheiro de grosso calibre ─ alguém como Marcos Valério”. Foi esse o fecho do post publicado em 26 de agosto (veja a seção Vale Reprise), que resume num dos parágrafos o que ocorreria se o publicitário vigarista que virou diretor-financeiro da quadrilha do mensalão resolvesse abrir o bico. “As revelações de Roberto Jefferson abalaram as fundações do governo Lula e devassaram o bordel das messalinas disfarçado de templo das vestais. O teor explosivo das histórias que Valério tem para contar é infinitamente maior. Depois da primeira prisão preventiva, ele avisou mais de uma vez que, se fosse abandonado no barco a caminho do naufrágio, afundaria atirando ─ e tinha balas na agulha tanto para mensaleiros juramentados quanto para Lula”. Não era blefe, atesta mais uma histórica edição de VEJA. Embora não tenha esgotado seu estoque de segredos, o que Marcos Valério já contou é suficiente para convencer o mais fanático petista de que o mensalão existiu, apertar a corda que envolve o pescoço dos antigos comparsas e devolver o ex-presidente Lula ao olho do furacão que quase o levou para longe do poder em 2005. As revelações começam já na capa ─ “Não podem condenar só os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos” ─ e se estendem pela reportagem de oito páginas assinada por Rodrigo Rangel. Confiram sete disparos de grosso calibre: “Lula era o chefe”. “Dirceu era o braço direito do Lula, o braço que comandava”. “O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com o Lula à noite”. “O caixa do PT foi de 350 milhões de reais”. “(Depois da descoberta do escândalo), meu contato com o PT era o Paulo Okamotto. O papel dele era tentar me acalmar”. “O PT me fez de escudo, me usou como boy de luxo. Mas eles se ferraram porque agora vai todo mundo para o ralo”. “Vão me matar. Tenho de agradecer por estar vivo até hoje”. A caixa-preta foi aberta. Só poderá ser fechada por meio da violência. Para impedir que o pior aconteça, basta que as autoridades policiais completem o serviço, o Ministério Público cumpra seu dever e o Judiciário inteiro se mire no exemplo dos oito do Supremo.
JOSE MATOS -  Em quanto isso LULÃO aqui em Salvador lotou a Praça Castro Alves! Matou a Pau! Tá difícili derrubar o PT e Lula!
Lucas Garcia -  Tua casa caiu Lula Vagabundo! Cachaceiro sem moral, tu ainda vai puxar uma cadeia seu verme! Cagueta tudo Valério! Coloca esse porco vagabundo, esse ladrão pinguço do Lula atrás das grades!
mardos pe -  Pode apostar, isso é coisa do cachoeira e poli.
EXTRA!!! -  Alguém TERIA dito, que TALVEZ fosse assim... O amigo do irmão do vizinho da Danadinha falou pra Candinha que um dia Tia Reinalda ia se suicidar.
joyce -  nove dedos ladrão na cadeia, bandidos sempre querem calar a imprensa, o nazismo fazia a mesma coisa, coloca sem dó no rabo gordo do maior corrupto do Brasil, sem ética, sem moral, satanas espera o pudim de pinga no colo dele kkkkkkkkkkk
Leo Oliveira -  O Valério teve 10 anos para falar tudo que sabia. Agora, na iminência de ser preso, a revista bandida traz possíveis declarações do publitário. Seria bom que falasse, aí o povo mais uma vez julgaria nas urnas, elegendo Lula ou quem ele indicasse.
adriano -  kkkk Pt leva surras em todas as capitais do brasil, que coisa maravilhosa!kkkk Haddad, o garotão do Lula, está em terceiro lugar agonizando. em BH, Patrus está levando coça do candidato de aécio neves. Em Recife, Lula está perdendo o rumo de casa. kkkkk maravilha
NÃO TOU NEM AÍ... -  ... a Dilma, tem 56, o Lula 68% de aprovação e o Cerra tem 46% de rejeição. O FHC está gagá e o Reinaldo Azevedo comenta o que ele mesmo escreve. No final, tá tudo dominado. Mano! Bay bay Zé Bolinha. Tchau, tchau tucanadas provincianos. Alias, a veja fica ao lado de um esgoto.
Conversa Afiada - O programa Entrevista Record Atualidade, que vai ao ar nesta sexta-feira, na RecordNews, às 22h15, logo após o programa do Heródoto Barbeiro, apresenta André Singer, cientista político, professor da USP e ex-porta-voz do Presidente Lula, autor do livro “Os sentidos do lulismo – reforma gradual e pacto conservador”, editado pela Companhia das Letras – http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=30177784&google&id=14782&gclid=co2oynvxtbicfqsxnqod-tuadw. Singer sustenta que, a partir do segundo mandato, em 2006, o Presidente Lula provocou um realinhamento político que pode durar por muitos e muitos anos, como aconteceu com a eleição do Presidente Franklin Roosevelt, em 1933, nos Estados Unidos. Como em Roosevelt, até a oposição terá que se orientar pelo eixo central da política de Lula: os programas sociais que atendem às necessidades do que Singer chama de subproletariado: os que recebem por até dois Salários Mínimos por mês. Essa política se caracteriza pelo aumento real do Salário Mínimo e programas como o Bolsa Família, o PAC, o Minha Casa Minha Vida, e o crédito consignado, que vinha do primeira mandato. Metade da População Economicamente Ativa em 1976 era formada por subproletários, segundo estudos do pai de André, o respeitado economista Paul Singer. Ainda hoje, em 2012, a proporção de subproletários no conjunto da PEA deve ser a mesma, supõe André. Lula teria percebido isso, quando perdeu a eleição para Fernando Collor, em 1989. Em entrevista a que o próprio André Singer compareceu, como repórter, Lula, logo após a derrota, disse que o seu objetivo dali para a frente deveria ser atingir quem vive de salário minimo, porque o empresário não vai votar mesmo nele. O PT sempre tinha sido um partido que se apoiava na classe média. O subproletariado votou em Collor. Mas, só em 2006, Lula e o PT aprofundaram essa aliança com o subproletariado. Com os mais pobres. O que explica a votação e o apoio de Lula e Dilma Rousseff nas regiões mais pobres, como o Nordeste, e os bolsões do Rio e de Minas. Para fazer esse “realinhamento”, segundo Singer, Lula arquivou o radicalismo do PT do “Sion”, do Partido que se fundou no Colégio Sion, em São Paulo, em 1980. Era um PT quase-socialista. Com o tempo, prevaleceu o PT do “Anhembi”, onde se deu a Convenção de 2002, quando Lula assinou a “Carta aos Brasileiros”, em que se comprometia a seguir a política econômica ortodoxa de Fernando Henrique e a “respeitar os contratos”, ou seja, não ia rasgar a Privatização. Lula e o PT teriam percebido que o subproletariado quer que o Estado o proteja, mas não quer saber de ruptura, instabilidade política ou greves. Por que ? Porque o subproletariado é o mais desprotegido politicamente. Ele não tem sindicato, não tem que se apoiar diante de uma instabilidade política aguda. Lula passou, então, depois de 2006, a adotar uma política de “reformismo fraco” e “desmobilizador”. Esse “reformismo fraco” explicaria por que Lula conseguiu andar mais rápido no aumento da renda dos pobres e mais devagar na redução da desigualdade de renda entre os ricos e os pobres. Porque o “fraquismo” permitiu que os ricos continuassem a ganhar muito dinheiro (Nesse ponto, o ansioso blogueiro se lembrou de frase atribuída a Alzirinha, filha e secretária de Vargas: quando ouço dizerem que meu pai é o Pai dos Pobres, dá vontade de dizer … e a Mãe dos Ricos.) “Reformismo fraco” não significa “despolitizar” – enfatizou Singer. Lula aprofundou o embate político entre o “rico” e o “pobre”. O que não tem muito a ver com “direita” e “esquerda”. E quando o subproletariado melhorar de vida ? – ele vai virar conservador e deixar de votar no PT do Lula e da Dilma, perguntou o ansioso blogueiro. O subproletarido vai ser fiel, enquanto o PT respeitar a agenda que Lula impôs: defendê-lo. Paulo Henrique Amorim
johnny - A direita podre e golpista do Brasil possui um projeto em execução há bastante tempo: a destruição de qualquer tentativa de organização das massas, distribuição de renda, democratização dos meios de comunicação. Esse projeto só não conta com o auxílio dos militares pq estes são mais desmoralizados que a própria imprensa podre, dado o seu legado nefasto de 20 anos de arbítrio e corrupção. Agora, como último ato da ópera bufa, a imprensa golpista se utiliza do judiciário para alcançar o fim ansiosamente desejado: a destruição do partido que ousou questionar o modelo econômico do PSDB, destinado a 1% da população. Resta saber se o judiciário, a prostituta de plantão do PIG, conseguirá esconder da população os processos judiciais que envolvam os seguintes conteúdos: Corrupção da mulher de Ricardo Noblat, o moralista corrupto, quando atuou como janeleira do serviço público no INCRA do ladrão Raul Jungman; 185 mil recebidos por Gilmar Dantas do mensalão de Eduardo Azeredo do PSDB; Todo o dinheiro distribuído pelo mensalão de Eduardo Azeredo aos partícipes da quadrilha de FHC, descritos na lista de Furnas; Fortuna acumulada por Serra durante o processo de Privataria comandado pelo ladrão-mor FHC, em nome de laranjas e parentes, descrita minuciosamente no livro a Privataria Tucana; Fortuna acumulada por André Lara Resende quando presidente do BNDES no período FHC; entrou classe média no governo e hoje possui um haras em Portugal, de onde circula de avião pela Europa com seus outros animais para participar de torneios de equitação; Fortuna acumulada por Mendonça de Barros e seus filhos quadrilheiros quando estes recebiam informações privilegiadas do papai para atuar no mercado financeiro; Propinas recebidas por Chico Lopes quando vendia informações privilegiadas para Cacciola; US$ 300.000.000,00 de sobras de campanhas de FHC depositados em paraísos fiscais no exterior, usados por FHC e ilustres membros da quadrilha até hoje; Propinas recebidas por Ricardo Sérgio de Oliveira para montar as fraudes destinadas a entregar o patrimônio público aos amigos de FHC; Compra de votos no Congresso Nacional para a aprovação da PEC da reeleição de FHC. Os exemplos acima são apenas uma amostra. A lista é infinita. Envolve ainda os escândalos do Ministério dos Transportes, o caixa dois do Ministério da Saúde de Serra para financiar sua campanha de 2002 à Presidência etc etc etc. Resta saber se a prostituta do judiciário, a corrupta falsamente moralista, terá o mesmo interesse em apurar toda a podridão do PSDB e da imprensa golpista que sobrevive graças ao dinheiro público nela empregado pelo mesmo PSDB, precipuamente o do canalha Alckmin.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/80594/Lula-era-o-chefe-diz-Val%C3%A9rio-(em-off)-a-Veja.htm

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Janio de Freitas: Barbosa foi prepotente

Janio de Freitas: Barbosa foi prepotente

COLUNISTA DA FOLHA TAMBÉM CONDENA A INTOLERÂNCIA DO MINISTRO RELATOR DA AÇÃO PENAL 470 NO STF NA DIVERGÊNCIA COM LEWANDOVSKI
13 de Setembro de 2012
247 – A cena de pugilato verbal entre Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski também mereceu a condenação do jornalista Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo. Segundo Janio, Barbosa foi prepotente. Leia:
JANIO DE FREITAS
Aspectos estranháveis
O JULGAMENTO do chamado mensalão voltou a proporcionar um breve espetáculo de dramaturgia televisiva. Não propriamente programado, mas inesperado também não, para quem assistiu a sessões do julgamento anteriores à de ontem.
O ministro Joaquim Barbosa sucumbiu, mais uma vez, ao ímpeto de intervenção intempestiva e prepotente, diante de opinião divergente do seu voto, como relator, por condenação geral dos envolvidos no processo (excetuou, apenas, Luiz Gushiken, já absolvido por unanimidade).
É desnecessária, porque óbvia, qualquer estranheza quanto à impropriedade do lugar e à maneira da reação do ministro-relator. Mas há aspectos ainda estranháveis.
A reação de Joaquim Barbosa dirige-se às discordâncias de quem recebeu, do próprio tribunal, o encargo de revisão jurídica das propostas do relator, por condenação ou absolvição.
Ao menos para parte da sua audiência, a reação incontível e irada do ministro insinua a possível vulnerabilidade de sua posição no caso discutido, a ponto de movê-lo a sustar a exposição discordante. Do contrário, por que o desejo de interrupção? Não há resposta disponível.
Está bastante claro, com evidência crescente já a partir da primeira sessão de votações, que o ânimo da maioria do tribunal é desfavorável ao revisor Ricardo Lewandowski.
Ou, o que dá no mesmo, nos demais ministros transparece muito mais abertura para o empenho condenatório do relator Joaquim Barbosa. Até mesmo o presidente do tribunal, Ayres Britto, já tentou reduzir a revisão, que, no entanto, não é menos importante no julgamento do que as conclusões do relator. Até agora, Joaquim Barbosa não precisaria insurgir-se contra discordâncias.
COMENTÁRIOS:
Marco - Parece-me que o ministro Joaquim Barbosa sente-se acuado pelas excelentes explanações do ministro revisor Lewandovski, que tem sempre uma argumentação minuciosa e acurada. A supressão do contraditório na mais alta corte do país pode ensejar decisões baseadas muito mais na vaidade do que nos aspectos técnicos e legais, o seria um prejuízo talvez irreparável a nossa democracia.
Carlos Augusto - JB está se mostrando, na verdade, um completo intolerante, arrogante e dono exclusivo da verdade. Não aceita o contraditório, dorme por ocasião da sessão da defesa e faz apenas o jogo da máfia midiática e seus tentáculos (PGR), não se importando para as devidas provas nos autos. Em suma; Um completo despreparado e arrogante.
Fernando - E depois vem aquela imagem que circula na rede com a mensagem "meu herói usa capa preta". Não precisamos de heróis.
ridesissi - Não há dúvidas que o Ministro Joaquim Barbosa é meio "murrinha", como se diz no interior. Mas é um homem íntegro, correto e cuja biografia o coloca entre os verdadeiros "notáveis" do STF. Agora, até se entende a birra dele com o Lewandowsky, cuja única função no Tribunal é atrasar a votação, que ele, aliás, quis jogar para 2013, sem dúvida atendendo ao pedido de seu patrão. 
Henrique - O Ministro Barbosa para acusar está usando expressões como "consta que ...", "tudo leva a crer que ..." etc. e por conta disso ferra o acusado. Agindo dessa maneira fica vulnerável às palavras do revisor. Se vendo vulnerável apela para a briga diante da opinião contrária, etc. Não sou advogado, mas percebo pelas reações psicológicas do Ministro Joaquim Barbosa quem age com razão e quem age sem razão sobre a questão jurídica.
Daniel - Moral Petista . O STF condenar CorruPTos Petistas é golpe. O STF condenar corruptos de outro Partido é justiça. PETISTA BOM É PETISTA PRESO . Cadeia à Vista , Petralhada.
CABO BELLO - Para o tal de LUIZ. Sua discordância para com o PT chega às raias do absurdo. Agora, pensando (errado) que o ministro Joaquim Barbosa venha a se candidatar à presidência de República, passa a considerá-lo como herói. Herói da "capa preta". O Joaquinzão, pelo visto, quer mais é aparecer falando com aquele jeito enjoado de pronunciar as palavras de modo arrastado, discordar furibundamente de quem não abraça seus pontos-de-vista, fazer uns examezinhos nos States, estudar línguas no mundo todo. Até o "mestre" jornalista Jânio de Freitas (Folha de SP) já anda estranhando o modo de proceder do Joaquinzão. Recordo de um antigo ditado que meu pai dizia: "... quando ..."


 



"Piguenta" tenta flanar nos bons ventos da PresidentA

Para Dora Kramer, Dilma pecou ao não debater como FHC propôs

Deveres a mais - DORA KRAMER
A presidente da República tem todo o direito, senão até o dever democrático, de fazer política. É cidadã na posse de suas prerrogativas como qualquer brasileiro e, assim, livre para se expressar.
Outro dia mesmo achou por bem responder às críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à "herança pesada" legada por Lula no terreno dos costumes e o fez já no limiar do aceitável.
Defendeu os governos de seu partido - o que é justo -, mas o timbre da Presidência da República na nota de desagravo a colocou em dissonância com a majestade do cargo.
Dilma Rousseff não gostou do artigo de FH, quis demarcar terreno para deixar bem claro que não flerta com a oposição e é fiel ao seu campo político.
Pretendeu também reforçar a posição do PT nesses tempos difíceis de julgamento penal do sistema que o partido escolheu para se sustentar no poder logo depois de conquistar a Presidência sem maioria no Parlamento.
A presidente pecou ao não enfrentar o debate tal como FH propunha no texto. Mas, até aí, trata-se de um ponto de vista. Se Dilma considera a ética algo irrelevante, pior para a composição do perfil de austeridade que lhe confere popularidade.
No pronunciamento que fez no dia 7 de setembro, em espaço reservado à chefia da Nação, entretanto, a presidente ultrapassou a fronteira do aceitável e extrapolou de suas prerrogativas ao valer-se do púlpito institucional para pronunciar-se em termos de palanque.
Embora tenha direitos iguais, a presidente da República tem deveres a mais em relação ao conjunto da sociedade cuja maioria a elegeu, mas que não é composta só de correligionários.
Para traduzir o conceito em números e tornar a obviedade ainda mais visível: ao fim da eleição de 2010, Dilma havia contabilizado 55 milhões 752 mil 529 votos e seu oponente José Serra, 43 milhões 711 mil 388. Em porcentuais, 56,05% dos eleitores ficaram com ela e 43,95% preferiram o candidato adversário.
Isso depois de dois mandatos de Lula durante os quais a oposição não fez esforço para se opor e a impressão geral era a de que as forças governistas reinavam unânimes no País.
Não reinam e é ótimo que assim seja. Em nome da pluralidade, da alternância e de todos os primados dos Estados fundados no Direito.
A presidente, porém, nessa sua nova inflexão de gestora para líder política adentra um gramado onde Lula atuou usando e abusando da apropriação do Estado como instrumento de partido.
Com isso contraria o empenho do departamento de propaganda do Planalto em acentuar traços e modos que a distanciam das exorbitâncias do antecessor. Repete o ex-presidente em seus piores momentos.
COMENTÁRIOS:
Afonso - Esse pessoal da mídia perdeu completamente a vergonha. Essa dona Dora então perdeu completamente o juízo. Imagine a presidente da República bater boca com um morto-vivo. Não consigo mais entender essa gente. Acho que eles enlouqueceram. E os donos do PIG, eles não percebem que estão cavando a própria sepultura?
´Vingador - As vezes eu costumo ser curto e grosso. Desta vez vou ser só grosso. A presidenta provou que não é uma bosta n'água. Se vier em paz vai ser bem tratado mas se engrossar vai levar. Ela já fez isto com aquele senador do DEM o Agripino Maia. Falou merda e levou um chega prá lá bem diplomático.
CABO BELLO - Vingador: para reforçar o que vc escreveu, lembro que Dilma também deu um "chega pra lá" na gostosa Patrícia Poeta ao dizer: "você me dá um exemplo do da cá que eu te explico toma lá". Tá no http://www.youtube.com/watch?v=4QnOsZoXRGg. Um show de entrevista.
Sulista  - Grande Dora Kramer, mais debater sobre as coisas boas deixadas por outros governos não é o que os Corru"PT"os desejam. Eles só aprenderam a criticar. Usar e abusar do melhor legado a eles confiados, isso eles não querem. Fora Corru"PT"os.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O novo Torquemada brasileiro

Nassif compara Joaquim Barbosa a inquisidor
Nassif compara Joaquim Barbosa a inquisidor
247 - O blogueiro Luis Nassif comparou, nesta quita-feira, o relator da Ação Penal 470, Joaquim Barbosa, ao inquisidor Tomás de Torquemada. "Levará tempo para que o Supremo apague da memória geral a imagem dele próprio, projetada pelo anjo vingador, Joaquim Barbosa. Tenho para mim que a história registrará sua participação como o Torquemada, o condenador implacável, o justiceiro sem nenhuma sensibilidade para com pessoas que estavam sendo julgadas", escreveu o jornalista.
Leia o texto na íntegra abaixo:
Joaquim Barbosa, relator do mensalão:
"Não sou de dar satisfações, até porque acho que o Supremo não tem de dar satisfação alguma. Mas esse processo foi feito com total transparência. Os atos que pratiquei nesse processo poderia classificar até de muito generosos".
Levará tempo para que o Supremo apague da memória geral a imagem dele próprio, projetada pelo anjo vingador, Joaquim Barbosa. Tenho para mim que a história registrará sua participação como o Torquemada, o condenador implacável, o justiceiro sem nenhuma sensibilidade para com pessoas que estavam sendo julgadas. O homem que aboletou-se no cargo e, a partir daí, passou a valer-se dele como revanche da vida. Um vingador a quem o sofrimento, as humilhações pelas quais passou no início de vida, tornaram-no mesquinho, ao invés de um vencedor generoso.
Não me refiro à condenação de Katia Rabello e outros dirigentes do Banco Rural, justamente condenados com base em sua participação objetiva nas tramoias. Mas na maneira como Barbosa quis a todo custo executar  a vice-presidente Ayanna Tenório
Ela foi absolvida por 9 votos a 1 por uma corte implacável. Nove Ministros, dos quais 7 com propensão a condenar, que nada viram que pudesse comprometer a executiva. O único voto pela condenação foi de Joaquim Barbosa.
A sanha  pde afirmação política do STF e do Procurador Geral da República, até então, não tinha poupado ninguém. Colocaram quase 40 pessoas no mesmo pacote e passaram a se lixar para as culpas objetivas de cada um. Em uma guerra por espaço político, entre o STF, a PGR e o PT, sobraram balas perdidas, matando quem estivesse no caminho, mesmo que não fizesse parte da disputa.
Ayanna foi o primeiro  sinal de que não haveria execução sumário de todos os envolvidos pela sanha do Procurador Geral. Não foi outro o motivo que levou meu colega Jânio de Freitas a escrever, em sua coluna de hoje, que finalmente o STF tinha descoberto que existiam pessoas, seres humanos sendo julgados.
Dentre todos, nenhum magistrado foi tão insensível quanto Joaquim Barbosa. Arrogante até a medula, atropelando princípios de direitos individuais, chegou a interromper colegas que defendiam a inocência da executiva, para alardear que ela estava recorrendo a malandragens para se safar.
Um paradoxo: o grande homem, enquanto lutava para vencer preconceitos e dificuldades produzidas pela vida; uma figura mesquinha, quando chegou ao topo.
Marco Aurélio Mello, ministro do STF:
"Antes ter um culpado solto do que um inocente preso".

ALGUNS COMENTÁRIOS:

CABO BELLO 
Fiquei com má impressão do ministro Joaquim Barbosa quando, ao final da sessão de ontem, ele disse que foi duramente criticado por longos sete anos. Ele deveria ter nominado os críticos. O excessivo rigor aplicado na interpretação dos fatos, a desconsideração de provas, a réplicas que mais parecem inconformismo contra quem argumenta contra, dão a impressão que o MINISTRO JOAQUIM ESTÁ AGINDO COM ÓDIO NO CORAÇÃO E PREMEDITADAMENTE! Ou então joga para a platéia!
Luizão 
Esse babosa é um besta quadrado. Nele baixou tudo que seu ancestrais jamais imaginava. A sua vaidade é besta que lhe cabe direitinho um belo tijolinho para transformá-lo ainda mais em mais aparecido, mais arrogante, mais sujo, mais tudo que desumano puder imaginar. Penso: será que este babão tem família e se tem foi tratada assim?
Jonas 
A casa está caindo, mão peluda. Se o guerrilheiro de festim for em cana, pode dar adeus ao patrocínio para o seu blog e rezar para que o BNDES não termine de executar o resto da dívida. Belo fim, hein? Vendido!
advogado de corruptos 
Pela primeira vez na minha vida, vejo banqueiro corrupto e safado ser condenado. E os porta vozes das elites não concordam com o fato. Passei a ter esperanças no Brasil novamente. E o Joaquim restaurou nossa dignidade de brasileiro. Chega de corrupção, bandidagem, safadeza e impunidade. Cansei.
Alder Oliveira de L. e Silva 
Como brasileiro honesto, trabalhador , cumpridor de seus deveres, sou tão ou mais contrário à impunidade do que Joaquim Barbosa. Acho que o ministro tem se saído até bem, porém, fica parecendo que ele quer se vingar dos "poderosos", pelo que os negros sofreram nesse país.E não é por meio de vingança que se chega à justiça. Tomara que o ministro se preocupe com a verdadeira justiça e esqueça o ranco, a vingança.
Marcos 
Eu só quero ver a valentia dele ao julgar o Mensalão tucano, a Lista de Furnas e a Privataria tucano. Veremos se ele é bravo mesmo ou não passa de cachorrinho de madame.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/79468/Nassif-compara-Joaquim-Barbosa-a-inquisidor-Nassif-compara-Joaquim-Barbosa-inquisidor.htm