de: Marc <mar.firenze@gmail.com>
para: Izabel <izabelavallone@xxxxx.com>
11 de junho de 2013
Atenta Izabel
Não se justifica uma
tese sofista de que é melhor não haver médico onde não haja previamente meios e
recursos OU que é melhor não ter médico em cidade carente do que um
médico cubano...
Não é o seu caso,
acredito, mas dá a impressão que há um desejo não revelado que a saúde continue
do jeito que sempre foi.
Médico não é só esse
profissional que nós – privilegiados – estamos acostumados a frequentar.
Um indivíduo imaculadamente paramentado de branco, um sorriso franco (só para
rimar), um estetoscópio tal fosse colar de enfeite. O ambiente totalmente
asséptico, uma secretária solícita, uma enfermeira educada, polida.
Curandeiros também são
médicos. Médicos dos "fundões" deste imenso país. Da
natureza em estado bruto aviam suas receitas, não é assim? Médico é o
indivíduo que transmite segurança, conforto, zelo, carinho. E do seu saber e
dos seus cuidados dependem, muitas vezes, nosso bem-estar, nossas vidas.
Quantos mais médicos,
enfermeiros e atendentes houver, melhor. Todos serão bem-vindos.
Sejam cubanos, espanhóis, africanos, norte-americanos. Se é para
fazer exames, que façam! Todavia, não nos esqueçamos que muitos dos nossos
necessitam urgentemente de reciclagem e de novas avaliações.
Ser contra a vinda de
médicos cubanos é estar a serviço de interesses eleitoreiros e classistas.
E que fazemos com as reais necessidades de um país que se quer justo e
humano?
________________________________________________________________
Nao adianta mandar medicos em locais onde nao ha estruturas
basicas - maca, materiais de primeiros socorros e alguns equipamentos para que
qualquer medico possa trabalhar.
__________________________________________________________________
MATÉRIA DO PORTAL TERRA
BBCBrasil.com
Em meio a polêmica sobre projeto para levar
profissionais cubanos ao Brasil, entenda como a ilha conseguiu aumentar mais de
dez vezes seu número de doutores após a Revolução.
A notícia
de que o governo brasileiro estaria estudando levar médicos cubanos ao país
desatou uma imensa polêmica no mês passado. Se concretizados, tais planos
incluiriam o Brasil em uma longa lista de países que já recebem médicos da
ilha. Mas como, afinal, Cuba chegou a ter tantos médicos? E por que tem tanto
interesse em "exportar" seus serviços para outros países?
Em Cuba,
os profissionais da área de saúde têm uma função bem mais ampla do que
simplesmente atender à população local. Já há algum tempo, a exportação de
serviços médicos tornou-se crucial para a economia da ilha.
Segundo
informações repassadas pela chancelaria do país ao correspondente da BBC Mundo
em Havana, Fernando Ravsberg, o contingente
de profissionais de saúde cubanos fora da ilha incluem atualmente 15 mil
médicos, 2,3 mil oftalmologistas, 5 mil técnicos de saúde e 800 prestadores
de serviço trabalhando em 60 países e gerando lucros milionários ao regime - as
cifras mais otimistas falam em até US$ 5 bilhões (R$ 10,6 bilhões) ao ano.
O serviço
que os médicos cubanos prestam à Venezuela, por exemplo, permite que Cuba
receba 100 mil barris diários de petróleo. E também há profissionais em outros
países da região, cerca de 4 mil na África, mais de 500 na Ásia e na Oceania e
40 na Europa.
O
atrativo dos médicos cubanos é que eles estão dispostos a trabalhar em bairros
periféricos ou zonas rurais de difícil acesso.
Para
muitos países em desenvolvimento, o
atrativo dos médicos cubanos é que eles estão dispostos a trabalhar em lugares
que os locais evitam, como bairros periféricos ou zonas rurais de difícil
acesso - onde moram pessoas
de baixíssimo poder aquisitivo. Além disso, em geral eles também receberiam
remunerações mais baixas.
História
Em 1959, Cuba contava com apenas 6 mil médicos, sendo que a metade deles emigrou após
a Revolução. A crise sanitária que se seguiu a essa debandada alertou o
governo para a necessidade de formar profissionais de saúde em ritmo acelerado,
como relata Ravsberg.
Meio
século depois, o país tem 75 mil médicos, ou um para cada 160 habitantes - a
taxa mais alta da América Latina. Boa parte dos médicos que
ficaram na ilha após a Revolução viraram professores, foram abertas faculdades
de medicina em todo o país e se priorizou o acesso de estudantes ao setor. Tudo
facilitado pelo fato de o ensino ser gratuito.
A
primeira missão de saúde ao exterior foi organizada em 1963. Apesar da escassez
de médicos, Cuba enviou alguns de seus profissionais à Argélia para apoiar os
guerrilheiros que acabavam de obter a independência. Eram os primeiros de 130
mil colaboradores que, ao longo dos anos, já trabalharam em 108 países.
O tema
dos profissionais de saúde cubanos no exterior é um dos muitos que dividiram
Cuba e EUA - e Washington
chegou a criar um programa para facilitar os vistos para médicos cubanos que
estejam trabalhando em terceiros países.
Nenhum comentário:
Postar um comentário