"Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido". Lucas, 8:17,12:2 em Mateus10:26

"Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene". Amós (570-550 a.c.)

"Ninguém pode ser perfeitamente livre até que todos o sejam".

Santo Agostinho

sábado, 2 de julho de 2011

Que mancada!!!

Talarico Serra e Magda M. Dutra, correspondentes SP

Comenta-se, à meia voz, nos corredores e salas do Palácio dos Bandeirantes, que o querido deputado-presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo (ALESP) Barros Munhoz, impensadamente ou de propósito, deu o “maior fora” por ocasião da concorrida cerimônia de posse da nova secretária de Agricultura do Estado de São Paulo acontecida no último dia 6 do mês de julho.

Presenças ilustres. Governador Geraldo Alckmin, secretariado em peso, figuras de relevo do setor agropecuário (os mini, pequenos e médios produtores nem recebem convite), autoridades do Judiciário, claque animada.

Chega a vez do nosso Totonho. Saúda a todos, enaltece e parabeniza Mônika Bergamaschi, a secretária empossada. Ao dirigir-se ao governador Geraldo Alckmin, com aquele jeito tipo “Odorico Paraguassu”, auditório lotado, saca do seu vasto repertório de sutilezas como se fora um elefante em loja de cristais: “Nós queremos mais. Nós queremos mais recursos do orçamento da Secretaria de Agricultura, governador. Nós precisamos valorizar o agricultor”.

“Não quero acreditar no que estou a ouvir. Será que o Totonho é meu aliado ou é da turma do fogo amigo?”, “Poxa, o “el gordito” tá a detonar o meu governo! Eu fico por aí agitando a maior bandeira que o agronegócio é prioridade e ele vem com essa?! Pode? ”, pensava o governador sem alterar a sua impassível expressão fisionômica, que faz lembrar a “Mona Lisa” de Leonardo Da Vinci. Aquela do olhar fixo, sorriso permanente, enigmático.

E cada vez mais subindo nas tamancas, Totonho mandava: “Temos que lutar pelo preço da agricultura, pelo preço dos produtos agrícolas, pela sobrevivência de quem produz. Quem produz merece respeito”.

A cada frase de Totonho, o governador Geraldo levava um susto. Contorcia-se na cadeira.

“Eu to achando que o Totonho tá de sacanagem comigo. Onde se viu ele fazer estas cobranças assim na frente de todo o mundo?”, meditava o governador.

E Totonho, sem descanso, seguia com o seu ramerrão: “Esse país é o que é graças à agropecuária nacional”, “É a agricultura que sustenta a grandeza do país”.

E Geraaallldddooo encolhia cada vez mais na cadeira. “Que será que vem agora pela frente?, cogitava o pindense ilustre.

Totonho, incansável, fustigava: “E a gente fica esmolando às vezes recursos que sobram e que são esbanjados, desnecessariamente, em setores muito menos importantes!”.

Geraldo mona lisa continuava a ruminar: “Esbanjados? E eu que vejo aquela gastança toda do Legislativo do Estado e nada posso fazer. Pelo menos, aquele "teatro de marionetes" serve para barrar eventuais CPIs da Oposição”.

Lembrou ele, Totonho, quando ministro de Agricultura do Brasil, foi o que conseguiu a MAIOR verba para custeio e investimento em safras até então. Deixou de dizer, o esquecido, que naqueles tempos, a inflação já andava a galope. E, ao finalizar a comovente oratória, olhando de soslaio o mandatário mor de São Paulo, lascou: “Querido governador e amigo Geraldo Alckmin: neste instante e diante desta platéia, testemunhas vivas, auditivas e oculares que são, conclamo-o a ELEVAR o orçamento da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Muito obrigado!”.

“Putz, f*deu de vez!”, “Agora é que consegui entender todo esse empenho do Munhoz; ele é parte interessada, já que é proprietário de extensa e rica área rural conseguida, penso, através das “consultorias” que presta conforme suas declarações recentes na imprensa ao justificar depósitos bancários encontrados em sua conta corrente”. Meditou o vale-paraibano.

Do autor: Anexo cópia do artigo publicado pelo “A Gazeta” do dia 11/06, à página 6 do caderno Geral. Parece que o artigo não mais consta do site do jornal. Por que será?

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