"Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido". Lucas, 8:17,12:2 em Mateus10:26

"Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene". Amós (570-550 a.c.)

"Ninguém pode ser perfeitamente livre até que todos o sejam".

Santo Agostinho

sábado, 5 de maio de 2012

Julgamento na base americana de Guantánamo

Desenho artístico feito por um funcionário do tribunal mostra Khalid Sheikh Mohammed durante audiência neste sábado. Foto: Janet Hamlin/AP

Desenho artístico feito por um funcionário do tribunal mostra Khalid Sheikh Mohammed durante audiência neste sábado
Foto: Janet Hamlin/AP
Os réus dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, em Nova York, finalmente quebraram o silêncio no início de seu julgamento em Guantánamo, em Cuba. "Você pode não nos ver mais. Eles irão nos matar", gritou o acusado Ramzi Binalshibh.
No início do julgamento, os réus se recusaram a responder às perguntas do juiz militar James Pohl. A situação piorou quando o Binalshibh interrompeu os procedimentos ao repentinamente se levantara para rezar, depois alternadamente ajoelhar e levantar. Quando completou suas orações, ele gritou ao juiz: "Vocês vão nos matar e dizer que cometemos suicídio".
Binalshibh participa ao lado de mais quatro pessoas do julgamento: Waleed bin Attash, Ali Abd al-Aziz Ali, Mustafa Ahmad al-Hawsawi e Khalid Sheikh Mohammed, que seria o chefe da operação que derrubou as Torres Gêmeas do World Trade Center, atingiu o Pentágono e teve um de seus ataques frustrados pela tripulação do avião que caiu na Pensilvânia. Os cinco são acusados pela morte de 2,976 pessoas.
Vestidos inteiramente de branco, alguns deles com turbantes, os réus fizeram a sua primeira aparição pública em mais de três anos. Apenas um deles, Walid bin Attash, estava algemado quando o grupo chegou a corte, mas ele teve as mãos liberadas pelo juiz após prometer que se "comportaria apropriadamente".
Esta é segunda vez que os réus vão a um tribunal militar de exceção - criado há 11 anos pelo ex-presidente George W. Bush -, depois que o procedimento foi interrompido com a eleição de Barack Obama, que queria enviá-los para a Justiça comum. Há anos eles estão presos em Guantánamo à espera do julgamento - até o momento ninguém foi condenado pelos ataques terroristas de 11 de setembro. Se considerados culpados, eles podem enfrentar a pena de morte.
Após o início caótico do julgamento, os acusados optaram por manter o silêncio. O juiz decidiu ler os direitos à defesa proporcionados pelo governo americano, mas os acusados se mantiveram ausentes, lendo ou rezando com o Alcorão na mão. O advogado civil de Sheikh Mohammed, David Nevin, assegurou que a escolha de não falar é uma forma de protestar pelo tratamento em Guantánamo.
O presidente americano, Barack Obama, queria que o julgamento ocorresse em Manhattan, muito perto de onde estavam as Torres Gêmeas. Ele foi, no entanto, impedido pela oposição republicana no Congresso, que bloqueou a transferência a território americano de acusados de terrorismo.

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