"Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido". Lucas, 8:17,12:2 em Mateus10:26

"Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene". Amós (570-550 a.c.)

"Ninguém pode ser perfeitamente livre até que todos o sejam".

Santo Agostinho

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Seis meses depois, o "até logo" de Serra virou "adeus"?

Reproduzo, abaixo, a postagem do Blog do Coronel CoturnoNoturno, que mais se assemelha ao SargentoTaínha, um fundamentalista da direita-radical, merecedor da nossa leitura e respeito.


No dia 31 de outubro, ao lado de correligionários, após ser derrotado por Dilma Rousseff, José Serra (PSDB-SP) afirmou: 
"Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer que nós apenas estamos começando uma luta de verdade. Nós estamos no começo do começo. Nós vamos dar nossa contribuição ao País em defesa da pátria, da liberdade, da democracia, do direto que todos temos de falar e serem ouvidos, da justiça social. Vamos dar a nossa contribuição como partidos, da nossa frente de partidos, como indivíduos, como parlamentares, como governadores. Essa será a nossa luta dos próximos anos. Por isso, a minha mensagem não é de despedida nesse momento. Não é um adeus, é um até logo"



Quase 44 milhões de eleitores estão esperando até hoje o"estou de volta" de Serra para cumprir o que prometeu. Até agora, nada. Salvo algumas críticas no twitter, entremeadas com papos gostosos sobre futebol, dicas de filmes, livros e registros de efemérides, José Serra continua na sombra. Não soube o que fazer com 44 milhões de votos. Submergiu. Sumiu. Renunciou. Seis meses bastaram para que, mesmo dentro do próprio partido, Serra fosse trucidado politicamente. Faltou à José Serra um gesto maior, uma prova de que estava lutando, de que estava vivo.  Faltou a mesma coragem que faltou em alguns momentos da campanha. Portanto, senhores e senhoras, tirem alguns cravos das mãos do marqueteiro Gonzales, pois o presente está confirmando que o estilo era do candidato. Serra ainda poderá reverter o quadro? Qual o seu futuro político? Veja matéria abaixo, do Estadão, da mesma jornalista que fez a reportagem sobre Bornhausen e Aécio. Mas, com o devido desconto do apoio explícito ao mineiro, o que está escrito faz sentido:

A crise que enfraqueceu o PSDB paulista expôs o processo de isolamento político a que vem sendo submetido o ex-governador José Serra. Até a eleição de 2010, era ele quem concentrava o maior cacife de poder do tucanato no Estado. Desde a vitória da petista Dilma Rousseff, porém, Serra vem perdendo espaço na sigla. Foi assim na briga interna do DEM, em que seus aliados perderam o controle do partido, hoje nas mãos de articuladores mais próximos do senador Aécio Neves (PSDB-MG). 

O segundo golpe veio em seguida, quando seu maior parceiro em São Paulo, o prefeito da capital, Gilberto Kassab, dá sinais de que pode deixar o campo de oposição ao Planalto e levar o PSD para perto de Dilma e dos petistas. Um tucano que acompanhou de perto a crise paulista diz que Serra tem consciência de que o novo partido de Kassab, o PSD, reduz a força da oposição. Nos bastidores, porém, integrantes tucanos de grupos adversários a Serra acusam o ex-governador de não ter agido para conter a sangria que Kassab promove no PSDB. E para quem imaginou que o PSD ainda pudesse ser uma boia para acolher Serra mais adiante, expoentes da nova legenda afirmam que o tucano não cabe na sigla. Além disso, o próprio Aécio começa a se movimentar em busca de pontes com Kassab.

O temor de que Aécio tomasse a presidência do PSDB para fortalecer seu projeto presidencial em 2014 levou Serra a cometer o erro de empurrar o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra (PE), para a reeleição. Quando ensaiou tirar Guerra de cena, já era tarde. Àquela altura, o deputado contava com o apoio de Aécio e do governador paulista, Geraldo Alckmin.Companheiros de Serra avaliam que ele também errou quando rechaçou de público a ideia de assumir o comando do Instituto Teotônio Vilela. Aecistas trataram de reservar o ITV ao ex-senador Tasso Jereissati (CE).

A escolha do deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) para liderar a bancada tucana na Câmara teve o dedo de Geraldo Alckmin. E, ato contínuo, Aécio empatou o jogo "Minas Gerais versus São Paulo" ao indicar o deputado federal Paulo Abi Ackel (PSDB-MG) líder da minoria.  Na montagem do governo Alckmin, o grupo serrista teve menos espaço do que gostaria. Três de seus mais próximos colaboradores acabaram na Prefeitura. Mauro Ricardo, ex-secretário da Fazenda, assumiu a secretaria de Finanças de Kassab. O ex-secretário de Planejamento Francisco Luna está no Conselho da São Paulo Obras. Ao ex-governador Alberto Goldman, o prefeito reservou uma vaga no Conselho de Administração da São Paulo Urbanismo. 

A sorte dos serristas não mudou na montagem do diretório do PSDB paulistano. Vereadores tucanos ligados a Serra e Kassab foram escanteados na primeira composição do diretório e seis deles e deixaram o partido. O ex-deputado Walter Feldman, outro expoente tucano ligado a José Serra, que o ajudara a fundar o PSDB, também decidiu abandonar a legenda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário