"Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido". Lucas, 8:17,12:2 em Mateus10:26

"Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene". Amós (570-550 a.c.)

"Ninguém pode ser perfeitamente livre até que todos o sejam".

Santo Agostinho

domingo, 29 de julho de 2012

Mensação Mineiro - Denúncias da revista Carta Capital

CartaCapital publica na edição que chega às bancas em São Paulo nesta sexta-feira 27 uma lista inédita de beneficiários do caixa 2 da campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo em 1998. O esquema foi operado pelo publicitário Marcos Valério de Souza, que assina a lista, registrada em cartório. O agora ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes aparece entre os beneficiários. Mendes teria recebido 185 mil reais.

Há ainda governadores, deputados e senadores na lista. Entre os doadores, empresas públicas e prefeituras proibidas de fazer doações de campanha. O banqueiro Daniel Dantas também aparece como repassador de dinheiro ao caixa 2.

A documentação foi entregue à Polícia Federal pelo advogado Dino Miraglia Filho, de Belo Horizonte. Ele defende a família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada em 2000. Segundo Miraglia, a morte foi “queima de arquivo”, pois a modelo participava do esquema e era escalada para transportar malas de dinheiro. Na lista, Cristiana aparece como destinatária de 1,8 milhão de reais.

 

Valerioduto: confira a íntegra dos documentos
CartaCapital publica a íntegra dos documentos que registram o caixa 2 da campanha de reeleição do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. Há uma lista de doadores e outra de beneficiários.
Neste último grupo, constam meios de comunicação, institutos de pesquisa e fornecedores de vários serviços de campanha que não necessariamente sabiam da movimentação ilegal de recursos. Podem ter recebido sem conhecer a origem do dinheiro que pagou por seus serviços. De qualquer forma, a contabilidade assinada e registrada em cartório pelo publicitário Marcos Valério de Souza mapeia o fluxo dos recursos não-registrados oficialmente. A diferença é colossal. Azeredo declarou ter gasto 8 milhões de reais, mas os números apontados pelo publicitário chegam a 104 milhões.
Também é possível acessar um documento intitulado Declaração para fins de prova judicial ou extrajudicial datado de 12 de setembro de 2007 e assinado por Marcos Valério de Souza. Nele, o publicitário declara um repasse de 4,5 milhões de reais a Azeredo.
Todos os papéis estavam em posse do advogado Dino Miraglia Filho, de Belo Horizonte, e foram entregues à Polícia Federal.
Certos assessores de imprensa disfarçados de jornalistas tentam desqualificar a lista pinçando nomes de empresas citadas e perguntando se elas se corromperiam por tão pouco. Não sabemos afirmar (nem esta é a questão, a não ser para a estratégia diversionista de certos assessores de imprensa). Mas achamos que se abre uma nova linha de investigação do valerioduto.

Confira abaixo a íntegra dos arquivos (em PDF)
Listas de doadores:

Documentos de pagamento
http://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2012/07/Pag12.pdf

Comentários:

Rafael 27.07.2012  
É lógico que o Marcos Valério está encenando e ao mesmo tempo mostra aos poderosos que influenciam os juízes do STF os cartuchos que ele tem. Ele é o maior “vilão” desses processos, o dono “oficial” das empresas de recepção e distribuição de dinheiro não contabilizado, reincidentes nesse tipo de empreitada, com os 2 mensalões. Portanto o mais provável de ser punido, de virar o “judas” da patuléia. Pra se garantir ele deve ter feito o documento pois estava num ninho de cobras tucanas e a própria modelo “mula” foi assassinada logo após em 2000. Nem que não sentisse ameaça de vida, se a Receita descobrisse a grana que Valério pegou, como ele comprovaria que não tinha ficado com ela, tendo de devolvê-la, pagar multa astronômica, etc.? Afinal foram, só ali, R$104 milhões. Fico imaginando se o STF e principalmente o Gilmar decidir por uma punição contra o Valério: ele poderia "ser obrigado" a confessar que aquela lista é verdadeira, e apresentar inclusive papéis comprobatórios que ele deve manter guardados para se defender nesse emaranhado de interesses. Inclusive a revista Carta Capital mostra, além da lista e da carta assinadas pelo Valério, também alguns recibos bancários e diz na matéria que no processo sobre o assassinato da modelo “há mais de 20 documentos de depósitos que reafirmam a movimentação”. Será que também foram falsificados? Caberia aí uma bela “exceção da verdade”. Esperemos que alguém da lista (desde a família FHC, o Delcídio Amaral que era do PSDB à época, o Grupo Abril, o Eduardo Jorge secretário do FHC, Marconi Perillo, Duda Mendonça, Arthur Virgílio, Mendonça de Barros, José Agripino Maia, Gilmar Mendes...etc.) processe a revista e que esta, que nunca foi irresponsável, tenha o direito de provar o que escreveu para o mundo inteiro. Com relação à matéria impressa da revista, lamentamos que não foi publicada a lista inteira, inclusive a lista onde consta o nome do Gilmar somente aparece (um pedaço) no sítio da internet. O que/por que será que a Carta Capital optou por não publicar?
Bóson de Higgs 27.07.2012
Tem razão, SERGIO GOUVEIA 27.07.2012 às 23:06, não tivéssemos a Carta Capital e os Blogues Sujos, e sabe quando iríamos conhecer esses detalhes???? Nunquinha!
Marcelo Maranhas 28.07.2012
Seria muito bom que fosse brincadeira, mas acreditar que alguém registraria em cartório algo tão incriminador e detalhado como este documento. Não se atentando nem no fato que em 1998 o Gilmar Mendes não era da AGU, no qual ele somente seria nomeado em 2000. Aloprados incompetentes, nem saber falsificar sabe. Ridículo!
Juliano Kronemberger 28.07.2012
É bastante sintomático, Gilmar Mendes procurar logo o feioso do Reinaldo Azevedo para repercutir a denúncia contra ele. É que Reinaldo Feioso Azevedo e a velhinha de Taubaté, são as únicas pessoas que acreditam na honestidade de Gilmar Mendes. Ah, outra coisa, Reinaldo Azevedo, eu NÃO sou petista. rsss...
Tenso 28.07.2012
Avaliação de papéis que provam ligação Valério-Azeredo Enviado por luisnassif, sab, 28/07/2012 - 15:58 Por Jotavê Comentário do post "Os documentos que comprovam relação entre Valério e Azeredo" A revista Carta Capital disponibilizou ontem à noite os documentos que embasaram a reportagem de Leandro Fortes. Com eles em mãos, já é possível fazermos uma avaliação mais sóbria. Marcos Valério, através de seu advogado, alega que a lista é falsa. É possível que seja, mas não é provável. O motivo é simples. Os valores que constam nos recibos correspondem, na quase totalidade dos casos, aos valores constantes das listas. Mais ainda. Quando há DIVERGÊNCIA entre os valores da lista e os constantes nos recibos, essa divergência obedece a um padrão uniforme que, como veremos, REFORÇA a hipótese de a lista ser autêntica. Vamos, antes de passar à análise dos dados, entender o material que a revista tem em mãos. Trata-se, por um lado, de um volume encadernado com o registro de doações recebidas pelo PSDB mineiro em 1998 e dos valores pagos pelas agências de Marcos Valério. Desse volume constam tanto os pagamentos contabilizados quanto os feitos por baixo do pano. A evidência disto é a discrepância entre os valores declarados pelo PSDB e os valores constantes do documento. Os pagamentos totais constantes da contabilidade secreta de Marcos Valério somam mais de 100 milhões de reais. Além desse volume encadernado, há uma série de comprovantes de depósito ou de transferência bancária feitos (todos) pela agência SMP&B de Marcos Valério em nome de pessoas e empresas listadas (todas) no volume encadernado. Há comprovantes de todos os pagamentos? Não, não há. Não esperem encontrar um recibo com o depósito na conta de Gilmar Mendes, por exemplo, ou de Aécio Neves, até porque, se esses pagamentos aconteceram de fato (e já não tenho motivos para duvidar de que isso tenha acontecido, diante dos documentos apresentados), certamente foram feitos em espécie. Se comparamos os recibos com os pagamentos declarados na lista, a concordância é quase total. Eis aqui a lista dos recibos que correspondem exatamente aos valores discriminados na lista. Listei-os por ordem decrescente de valor para fazer uma observação importante a seguir: Maria Cristina Cardoso de Mello 175.000,00 Maurílio Borges Bernardes 125.000,00 Fábio Valença 91.457,28 Jaldo Retes Dolabela 53.025,00 Afonso Celso Dias 50.000,00 Luiz Flávio Vilela Mesquita 50.000,00 Nei Martins Junqueira 50.000,00 Vagner Nascimento Junior 30.000,00 Antônio Marum 25.000,00 Cláudio Pereira 25.000,00 Ermino Batista Filho 25.000,00 Gilberto Rodrigues de Oliveira 25.000,00 Gilberto Wagner/ Mario Luis P. Pereira 25.000,00 Márcio Luiz Murta 25.000,00 Baldomedo Artur Napoleão 23.000,00 Edson Brauner da Silva 20.000,00 Honório José Franco 20.000,00 Ivone de Oliveira Loureiro 20.000,00 Maria Ângela Arcanjo 20.000,00 Marlene Arlanda Caldeira 20.000,00 Martins Adélio Gomes 20.000,00 Olavo Bilac Pinto Neto 20.000,00 Ricardo Desotti Costa 20.000,00 Rosane Aparecida Moreira 20.000,00 Wilfrido Albuquerque Oliveira 20.000,00 Ajalmar José da Silva 15.000,00 Arnaldo Francisco Penha 15.000,00 Clemente Sarmento Petroni 15.000,00 Francisco Ramalho 15.000,00 João Manoel Rathsam 15.000,00 Maria Olívia de Castro Oliveira 15.000,00 Maurício Antônio Figueiredo 15.000,00 Obed Alves Guimarães 15.000,00 Odair Ribeiro Vidal 15.000,00 Sonia Maria Salles Campos 15.000,00 Eder Antônio Madeira 12.000,00 Geruza Pereira Cardoso 12.000,00 Naylor Andrade Vilela 12.000,00 Maria Eustáquia de Castro 11.000,00 Aldimar Dima Rodrigues 10.000,00 Alencar Magalhães da Silveira Jr. 10.000,00 Grupo Hum Prop./Marketing 10.000,00 Marcelo Jerônimo Gonçalves 10.000,00 Rui Resende 10.000,00 Tarcísio Henriques 10.000,00 Vilda Maria Bittencourt 10.000,00 José Augusto Ribeiro 9.000,00 Antônio de Pádua Luma Sampaio 8.000,00 Silvana Vieira Felipe 8.000,00 Cláudio de Faria Maciel 7.000,00 Heloísa Helena Barras Escomini 5.000,00 Nelson Antônio Prata 5.000,00 José Roberto del Calle 4.000,00 Maria Aparecida Vieira 2.500,00 Maria da Conceição Almeida Alves 2.500,00 Antônio Milton Sales 2.000,00 Reparem que, se excetuarmos os quatro primeiros pagamentos, todos os outros têm valores iguais ou menores a 50 mil reais. Ou seja, nos casos em que os valores constantes na contabilidade de Marcos Valério COINCIDEM com os depósitos feitos em conta corrente, os valores são relativamente baixos. Como veremos a seguir, existem abundantes evidências de que valores maiores que 50 mil foram divididos em vários depósitos. Quem estava recebendo não queria acender sinais de alerta no Banco Central e na Receita Federal. Mesmo nos quatro primeiros casos, reparem que o terceiro e o quarto referem-se a pagamentos de mercadorias ou serviços. Têm valores exatos, até a casa dos centavos, e muito provavelmente foram feitos de forma regular, com nota fiscal e tudo. Agora, os casos em que os valores depositados não batem com os valores declarados. Pus entre parênteses os valores que constam da contabilidade: Alfeu Queiroga de Aguiar dois depósitos de R$25.000,00 (R$133.222,00) Amilcar Viana Martins Filho R$6.000,00 (R$255.500,00 + R$211.726,40 (referente a multa)) Cantídio Cota de Figueiredo R$40.000,00 (R$53.000,00) Carlos Welth Pimenta Figueiredo R$12.000,00 (R$59.000,00) Custodio de Mattos R$20.000,00 (R$120.000,00) Elmo Braz Soares R$6.000,00 (R$120.000,00) Geraldo Magela Costa R$40.000,00 (R$ 5.000,00 - único caso de valor menor) Humberto Candeias Cavalcanti R$3.000,00 (R$53.000,00) João Batista de Oliveira R$7.000,00 (R$35.000,00) José Pinto Resende Filho R$7.500,00 + R$15.000,00 (R$22.500,00 - fica claro o parcelamento) Kemil Said Jumaira R$9.000,00 (R$59.000,00) Luciano Claret Gonçalves R$15.000,00 + R$30.000,00 (R$45.000,00 - fica claro o parcelamento) Paulo Abi Ackel R$50.000,00 (R$100.000,00) Olinto Dias Godinho R$20.000,00 (R$120.000,00) Romeo Anisio Jorge R$100.000,00 (R$200.000,00) Sebastião Navarro Vieira R$9.000,00 (R$40.000,00) Wanderley Geraldo de Ávila R$21.000,00 (R$43.900,00) Como se vê, os poucos valores DISCORDANTES que temos entre recibos e contabilidade da SMP&B não afetam a credibilidade do documento. Pelo contrário, a reforçam. Em todos os casos, temos valores altos que foram pulverizados em diversos depósitos, para driblar o Banco Central e o fisco. Em dois casos (José Pinto Resende Filho e Luciano Claret Gonçalves), temos o retrato completo da operação toda de pulverização, com a soma dos recibos batendo exatamente com o valor declarado na contabilidade de Marcos Valério. Agora, a pergunta principal. É possível que esta lista tenha sido falsificada? É possível, mas não é provável. A única possibilidade que consigo imaginar é a de alguém pegando a lista original e ACRESCENTANDO nomes que não estavam nela. Marcos Valério diz que o documento é falso. O cartório em que ele tem firma diz que a assinatura é dele. É preciso fazer uma perícia e verificar a autenticidade dessa assinatura. Se for dele, o Ministro Gilmar Mendes está exatamente na mesma posição que a maioria dos réus do mensalão. Recebeu dinheiro não contabilizado de campanha (sabendo disso ou não), e ainda por cima mentiu ao dizer, agora, que não recebeu coisa nenhuma. Por aquilo que sabemos até aqui, essa lista tem tudo para ser autêntica, e é um crime que a mesmíssima imprensa que deu publicidade ao grampo sem áudio envolvendo Demóstenes Torres, Gilmar Mendes e Policarpo Jr. não se preocupe em pelo menos investigar a fundo os dados fornecidos na reportagem da revista Carta Capital.


 
 
 
 

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