"Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido". Lucas, 8:17,12:2 em Mateus10:26

"Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene". Amós (570-550 a.c.)

"Ninguém pode ser perfeitamente livre até que todos o sejam".

Santo Agostinho

domingo, 13 de março de 2011

Fórum dos Leitores



               Para que a mente não fique ociosa ocupo o pequeno tempo de lazer para interagir com os participantes de diversos fóruns de discussão da internet. Transcrevo, aqui, alguns deles para registro:  



SARNEY E A IMPRENSA
O missivista
No final da carta que enviou ao Fórum dos Leitores (Andrei Netto, 11/3), José Sarney elogia o Estadão por suas tradicionais atividades jornalísticas na cobertura de acontecimentos de interesse de seus leitores. No entanto, é o missivista o principal responsável pela liminar que impôs inconstitucional censura ao Estadão, impedindo o jornal de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, que envolve atividades de seu filho Fernando Sarney. Constam, dentre as tradicionais atividades jornalísticas do Estadão, a descoberta e a divulgação, entre outras irregularidades, dos famosos "atos secretos" do Senado, que resultaram em ações contra o nepotismo praticado pelo missivista. Felicito o Estadão pela soltura do jornalista Andrei Netto, desejando que a todos os seus jornalistas também seja concedida ampla liberdade para que, sem censura, possam também "cobrir diretamente os momentos mais significativos da realidade" brasileira.  ROBERTO T.




               Sr. Roberto
               Respeitando o seu direito de manifestação e pensamento, faço as seguintes considerações as quais julgo pertinentes para restabelecer o bom senso comum: 
               1. O Sr. José Sarney NÃO foi o principal responsável pela solicitação da aludida liminar.  Seu filho Fernando é quem a pediu com base em direito constitucional líquido e certo.  O TJ-DF acatou e concedeu-lhe o direito reclamado;
               2. O Tribunal não aplicou CENSURA.  Confunde-se censura com direitos de cidadania. Se a medida foi acertada ou errada aí é outra discussão. Sua reclamação deveria ser dirigida ao Tribunal; 
               3. O jornal transgrediu a norma do "sigilo" interposto ao processo tanto é que, em nova apreciação, o Tribunal referendou a decisão;
               4. O sr. Fernando Sarney, a pedido de seu pai, desistiu da ação.  O jornal decidiu não aceitar.  Quer que o mérito da sua ação de defesa seja julgado.  Direito seu.  Porém, o jornal faz CHARMINHO dizendo-se sob censura há X dias. Pura balela. Quem sabe "ler" medianamente, entende que o Estadão está forçando a barra. Está tudo escrito certinho nas notinhas do citado jornal. Confira, por favor;
               5. Atos secretos do Senado.  Como o senhor, sou contra.  Nada se justifica.  Se ainda se tratasse de altos interesses e da segurança do país, ainda vá!; e
               6. Caso Andrei Neto. Como disse a nossa presidenta Dilma, a exemplo das atitudes do ex-presidente Lula, a liberdade da imprensa foi, é e será respeitada durante o seu governo. Não era antigamente. Quanto ao citado Andrei, no meu humilde entender, ele claudicou.  É jovem, reconheço. Simplesmente ele adentrou um país conflagrado de forma não convencional e ilegal.  E ainda se postou ao lados dos que lutam contra o regime.  Sua atitude, convenhamos, foi de extrema infantilidade ou petulância. Se apanhado esperava o quê?   Parabéns, festa de recepção? Que não pudesse ser tratado como um espião, um intruso?  Que como representante do jornal O Estado de São Paulo (muitíssimo conhecido por aquelas bandas, não é?) tivesse sua segurança, privacidade e conforto preservados?  Ele é jovem, porém já não é mais criança.  Devia saber dos altos riscos que corria por tamanha ousadia.  Só foi libertado rapidamente graças às excelentes relações entre Brasil e Líbia durante o governo Lula.  Afirmações dele.
               É isso. Meus sinceros cumprimentos.



Para Marcello Firenze
Prezado senhor Marcello, 
Agradeço a atenção a mim dispensada, relativamente à carta de minha autoria publicada no Fórum dos Leitores do Estadão de 11/3 - "O missivista."
Respeito, democraticamente, suas  interpretações sobre a participação de José Sarney em relação ao processo "Boi Barrica" e quanto ao ilegal ingresso, na Libia, do jornalista Andrei  Netto e as naturais consequências.
Quanto ao julgamento da liminar contra imposição da censura imposta ao Estadão, na minha opinião, o desembargador Dácio Vieira deveria ter-se proclamado impedido de julgar a questão, por ser amigo inconteste da familia Sarney e não obedeceu a preceitos legais, éticos e morais.
Na minha opinião, o Estadão  agiu de forma correta ao não aceitar a desistência  da ação, preferindo aguardar  o julgamento do mérito.
A divergência de pensamento, no entanto, não é motivo para que não possamos ser amigos.
Respeitosamente,
Roberto
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Censurados
Por mais que um político tente demonstrar boa intenção, quando age demagogicamente seus atos o denunciam. Neste espaço livre e democrático, reservado aos leitores do Estadão, o presidente cativo do Senado, José Sarney, felicita o jornal pela libertação de seu correspondente Andrei Netto, preso na Líbia pelo regime ditatorial de Muamar Kadafi, que agiu autoritariamente contra a liberdade de expressão do jornalista, idêntica atitude tomada pelo sr. José Sarney contra a liberdade de expressão do Estadão. Acredito que desta vez o senador tenha sensibilizado a direção do jornal. BENONE

               Sr. Benone
               Veja como são as coisas.  
               Faço boas restrições a estes políticos carreiristas.  Julgo que o exercício da política não é profissão.  Deveria ser encarado como doação. Servir à pátria de modo desinteressado visando o bem-estar comum. Sei que isso é tremenda utopia, hoje. Manifesto o meu respeito para com as suas palavras no Fórum dos Leitores do Estadão que transcrevo abaixo, mas faço os seguintes reparos:

               1. A ação do regime autocrático de Kaddafi, no caso do jornalista Andrei Neto não deve ser considerada como autoritária e contra a liberdade de expressão. Se o senhor pudesse explicar isso às autoridades líbias, que AINDA controlam o país, eles jamais compreenderiam dessa forma.  Primeiro porque se trata de um país com processo civilizatório, leis, fundamentos, interesses totalmente diversos dos nossos.  Segundo porque eles sabem do perigo que correm tal a ganância, que há por parte de interesses internacionais poderosíssimos, sobre as suas riquezas. Basta ver como se move o nada sutil monsieur le president Sarkozy. Uma verdadeira águia de rapina; e 
               2. O Senhor se engana ao afirmar que o "imortal" presidente do Senado Federal José Sarney tomou idêntica atitude contra a liberdade de expressão do jornal O Estado. Quem pediu proteção aos seus direitos constitucionais, ou seja, a concessão  do "direito ao sigilo" sobre o processo que respondia, foi o seu filho Fernando. Até me recordo que, na ocasião, o próprio pai declarou-se contrário à medida.  É só verificar as notícias da época.
               No mais, concordo com o que escreveu, principalmente ao referir-se: "por mais que um político (acrescento: ou uma pessoa) tente demonstrar boa intenção, quando age demagogicamente seus atos o denunciam".  Pura verdade. Até a próxima. 

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