"Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido". Lucas, 8:17,12:2 em Mateus10:26

"Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene". Amós (570-550 a.c.)

"Ninguém pode ser perfeitamente livre até que todos o sejam".

Santo Agostinho

quinta-feira, 17 de março de 2011

WIKILEAKS – ELEIÇÕES DE 2006 – CAP. II


Desta vez, de modo condensado, abordaremos como a direita brasileira, representada atualmente pelo PSDB e o mambembe DEM, freqüentou com assiduidade as representações diplomáticas e consulares dos EUA, sediadas no Brasil.  Tudo constante dos diversos cables que as sucursais norte-americanas encaminhavam aos seus superiores.

A quem afirme que esse relacionamento demonstra claramente o grau de servilismo dos representantes da direita brasileira ao Grande Irmão do Norte.

Através dos telegramas vazados pelo WikiLeaks, pré eleições de 2006, constata-se que os tucanos acreditavam piamente (sem bem que tucano não pia) que venceriam a disputa.  Essa convicção firmava-se no fato do presidente Lula ter passado 3 anos pressionado pelo escândalo do mensalão e por uma mídia furibunda.

Alguns dos aliados de Lula afastaram-se do governo federal receosos de contaminação.  Entre eles, o governador do Paraná, Roberto Requião.

Há de se ter em vista a vassalagem descarada dos tucanos em relação aos norte-americanos e que estes, por seu turno, foram implacáveis nas observações que fizeram da inépcia da direita nacional.

Dentre os políticos brasileiros que tiveram contato com os diplomatas dos EUA, os do PSDB    são os mais assíduos com 6 tucanos aparecendo em encontros reservados. Além dos secretários paulistas Andrea Matarazzo e Fernando Braga, estão figuras ilustres entre Tasso Jereissati, Aloysio Nunes, Sérgio Guerra e o então recém-eleito governador de São Paulo, José Serra com o próprio embaixador americano Clifford Sobel.

Além dos políticos do PSDB, foram também contatados pelos americanos nomes ligados ao partido como o tributarista Raul Velloso, um dos acadêmicos da área econômica com quem Alckmin buscava conselhos. Outro nome ligado ao partido tucano é o de Christian Lohbauer que foi secretário-adjunto de Relações Internacionais de Serra.

A decisão do partido entre Serra e Alckmin é analisada pelos americanos em um telegrama. A suspeita de uso de dinheiro público no financiamento da campanha de Alckmin que gerou o escândalo da Nossa Caixa também é mencionado pelos americanos que se mostraram confusos com as acusações.

“De qualquer forma, dada à reputação ilibada de Alckmin, seria estranho para ele ter que se desviar com uma desculpa do tipo ‘todo mundo faz isso’”, observam os americanos.

O programa do candidato tucano é detalhadamente descrito em telegrama de 3 de julho de 2006.  Nos comentários, o observador político do consulado americano de São Paulo cita uma de suas fontes (esta não-identificada):

“O problema de Alckmin é que, como um médico de interior, ele não sabe pensar grande”. “Além disso, como anestesiologista, ele sabe como preparar o paciente para a cirurgia, mas está acostumado então a sentar-se e deixar alguém fazer o trabalho duro enquanto ele se satisfaz checando os sinais vitais”, cita o telegrama.

Diplomatas americanos participaram do seminário “A política externa brasileira para a América do Sul no período recente: balanço e perspectivas”, realizado no Instituto Fernando Henrique Cardoso.  O evento contou com a presença do ex-ministro de FHC Sérgio Amaral, o ex-embaixador brasileiro nos EUA, Rubens Barbosa e o economista da PUC-RJ, Marcelo Paiva de Abreu.

O encontro, mediado pelo próprio Fernando Henrique Cardoso, criticou a proximidade que Lula vinha mantendo com os vizinhos esquerdistas. Para os interlocutores, havia uma “esquerda positiva” na América do Sul identificada pelo Chile de Michéle Bachelet, e uma “esquerda negativa” constituída pelo boliviano Morales, o argentino Néstor Kirchner e o venezuelano Hugo Chávez.

Os norte-americanos observaram que as “As visões expressadas no painel não estão fora da perspectiva vigente da elite do Brasil”.

Os representantes dos EUA também consideraram que Gilberto Kassab não tinha condições de governar o Estado de São Paulo, embora o julgassem hábil dentro de seu partido e muito chegado ao presidente do PFL, Jorge Bonhausen.

Eis o que podemos comentar com a divulgação, até o presente, dos telegramas expedidos pelas representações norte-americanas sediadas em nosso país.


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