A LUCIDEZ E A INDIGNAÇÃO NÃO TEM IDADE
O sempre excelente jornalista Mauro Santayanna nos brinde com o artigo “A Indignação Necessária”. (Jornal do Brasil – coluna Coisas da Política – 28-01-2011)
O título tem como base o livro intitulado Indignez-vous de Stéphane Hessel, de apenas 32 páginas, sucesso de leitura.
Quem é Stéphane Hessel? Alemão de nascimento, educou-se em Paris e foi embaixador da França. Na adolescência, participou da resistência contra a invasão nazista. Foi preso, torturado e enviado para um campo de concentração.
Terminada Segunda Guerra Mundial foi um dos redatores da Declaração Universal dos Direitos Humanos juntamente com o brasileiro Austregésilo de Athayde. É o último sobrevivente e tem hoje 93 anos!
Diz que, na sua mocidade, os “inimigos” era facilmente reconhecidos: nazistas, fascistas, stalinistas e outros agrupamentos filosóficos tanto da direita como da esquerda. Hoje não. Esses “inimigos” se encontram em toda a parte; ora no comando de grandes grupos econômicos ora como dirigentes burocratas governamentais.
Ele diz que não há compromisso com o humanismo e impera o hedonismo e o capitalismo predador falsamente competidor, o chauvismo traduzido pelo ódio étnico.
Nesse sentido, lançou um panfleto à juventude européia para que combata esses desvios. Esse panfleto ganha destaque nestes momentos em que estamos assistindo a diversas manifestações populares no Norte da África, em países em que a vitaliciedade tomou conta do governo central como é o caso da Tunísia, Egito, Argélia, Jordânia. E suspeita-se que essas manifestações se estenderão ao Marrocos e à Arábia Saudita.
Há uma linha tênue que liga estes governos desses países. Todos mantêm relação com grandes corporações dos sistemas financeiro-industrial mundial que controlam o fluxo de commodities, principalmente, o petróleo. Esses poderosos sistemas, controladores ou influenciadores da mídia internacional ocidental tratam tais países como de regime democrático.
O poder desse sistema financeiro-industrial tem causado apreensão a ponto do presidente dos EUA Barak Obama afirmar que o Congresso de seu país sofre grande influência, inclusive o aporte de subsídios milionários por parte das companhias petrolíferas.
Por seu turno, o presidente Sarkozy, da França, propõe taxação na movimentação do fluxo dos capitais internacionais, o que se supõe controle e acompanhamentos rígidos.
Mesmo com o alerta e convocação que faz à juventude européia, Hessel não se deixar enganar. Ele julga que ela está mais voltada para o seu bem-estar individual. Dessa forma, acredita mais que tais movimentos aconteçam nas periferias do mundo contra os “delegados” impostos e manipulados pelas grandes corporações. Por seu turno, estas têm o interesse maior de especular, como ele mesmo diz: na City, na Place de la Bourse. Em Wall Street, nas Bolsas de Shangai e Hong Kong, e em outras menos cotadas.
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