Se bem que não tenha desdenhado os Estados Unidos da América, manteve certa eqüidistância, principalmente no campo econômico. O que nos deu conforto para superar a grave crise mundial de 2008-2009 provocada pelos bancos e fundos de investimento dos EUA quando apostaram fortemente naquilo que veio a ser conhecido por “fraude dos derivativos”.
Ousado, fortaleceu laços de boa convivência e até apoiou países considerados “inimigos” dos norte-americanos como Irã, Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador. Ao lado da Turquia, contrariou interesses poderosos dos EUA, da Inglaterra, da França face ao desenvolvimento da energia nuclear por parte do Irã.
Não obteve pleno sucesso nas questões “Honduras” e “Palestina”. Mas feio não fez.
Aparentemente e só aparentemente, não se intrometeu em questões de Direitos Humanos afirmando respeitar a soberania dos países.
A nossa presidenta Dilma, antes mesmo de assumir, declarou-se contrária à aplicação da pena de morte por lapidação a Sakineh M. Ashtiani, por parte das autoridades judiciais iranianas.
Essa sua firme postura nos dá uma idéia de que ocorrerá uma mudança no ativismo brasileiro em defesa dos Direitos Humanos em fóruns internacionais.
Nem decorridos os primeiros quinze dias de seu governo, recebeu em palácio o senador republicano norte-americano John McCain que, conforme divulgado de modo econômico, defendeu interesse dos EUA sobre aviões caça. Recordamos que o Brasil dispôs-se a adquirir em concorrência internacional um lote composto de 36 aviões de defesa e ataque para proteção do nosso território. Após estudos, o presidente Lula e auxiliares demonstraram, a princípio, preferência pelos aviões franceses Rafale. Essa decisão foi postergada e deverá ser decidida por Dilma.
O blogueiro PHA do “ConversaAfiada” nos brinda com um interesse artigo (veja aqui). Nele, aborda a recente visita do presidente da China Hu Jintao aos EUA e faz conjecturas de o nosso país vir a adquirir os propalados aviões dos EUA (haverá a transferência (*) de tecnologia?) e abertura do mercado daquele país ao nosso etanol, hoje fortemente onerado de imposto de importação.
(*) – Essa transferência de tecnologia teria que ser aprovada previamente pelo Congresso norte-americano, algo que achamos de difícil aprovação, senão impossível. Os EUA protegem firmemente as suas indústrias de guerra e de conquista espacial, assim como a sua agropecuária. E a propriedade intelectual de tecnologia que é o seu seguro para o futuro.
Se bem que seja um caso de pequeno alcance político, mas com repercussão forte na imprensa brasileira e italiana, há também o caso do refúgio político concedido por Lula ao italiano Cesare Battisti e que ganha ares de imbloglio.
Finalmente, entre as tantas políticas temos a da “propriedade intelectual”, para a qual o governo norte-americano dá grande importância. Por ela, os Estados Unidos ao se transformar em sociedade pós-industrial cobrará por sua tecnologia, muitas vezes desenvolvia por “cérebros do terceiro mundo e países emergentes”. A continuar assim, estaremos e continuaremos reféns deles.
Tanto Dilma como seus auxiliares têm adotado a política da discrição, economia de gestos e de palavras. Ainda é hora de estabelecer rumos, metas e objetivos.
A Oposição, exceção de Serra que luta para firmar-se no comando do PSDB, parece indisposta e desarticulada, sem “pegada”.
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