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Santo Agostinho

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Aécio Neves - "Punhos de renda"

Transcrevo, em parte, o artigo surpreendente jornalista Dora Kramer, de hoje, sob o título de "Punhos de renda".


Começa assim sobre o anunciado e aguardado discurso de Aécio na tribuna do Senado: 


"O senador Aécio Neves mostrou prestígio ao levar políticos em profusão para ouvi-lo no plenário do Senado, mas não conseguiu produzir o impacto nem o despertar da oposição que a tropa governista parecia esperar, muito menos deu razões ao governo para perder um segundo de seu sereno sono.

Tépido na forma e repetitivo no conteúdo, passando ao largo de questões essenciais para o exercício da oposição como a independência do Legislativo em relação ao Executivo, o discurso acabou proporcionando aos senadores aliados ao Palácio do Planalto uma oportunidade excelente de mostrar vigor e afinação".
Para aqueles que estavam acostumados aos discursos inflamáveis da oposição dos tempos de de Toninho Malvadeza ACM, Arthur Virgílio Maguila, Mão Santa e Suja, Cel. Tasso Jereisssati e outros menos cotados, o lânguido discurso não empolgou.  A causa talvez tenha sido aquele jeitinho "nem sim nem não mineiro" temperado pelo bom vivant carioca do Aécio.
Os situacionistas não titubearam e contra-atacaram conforme segue a Dora Kramer: 
Em meio a elogios à "elegância" e ao "equilíbrio" do discurso e sem disfarçar o alívio pela tepidez do opositor, a tropa governista atacou as privatizações, ironizou a tibieza do PSDB em defender o governo FH, acusou várias vezes Aécio de ter sido injusto com a gestão de Lula e, pela voz do senador Jorge Viana, ainda afirmou que o orador simbolizava a oposição que todo governo gostaria de ter.
Da parte dos oposicionistas, exaltações algo exageradas ao "brilhantismo" do pronunciamento "de estadista" e uma evidente avidez por alguém que os represente. 
Temas importantes, mas nas circunstâncias em que a oposição precisa de mobilização política, liderança vigorosa, energia para recuperar o tempo perdido, encontrar o rumo para poder seguir adiante, o desempenho de Aécio deixou no ar um aroma de anticlímax.
Não por defeito, mas por ausência de um atributo pessoal que poderia ser chamado de borogodó de tribuna. Aécio não tem. Mário Covas tinha.
As saudações superlativas soaram artificiais, traduziram a avidez por um porto seguro onde os oposicionistas possam se agarrar, além de revelarem a amplitude amazônica do deserto de homens e ideias reinante na política nacional.
A continuar assim, mais a derrocada do DEM e o surgimento do quase-nati-morto PSD de Kassab/Afif, a situação pode deitar e rolar.
Afinal, alguém do PSDB-DEM se dispõe a manchar os punhos de renda de seus trajes?

Um comentário:

  1. Passarinho Pentelhão8 de abril de 2011 às 03:54

    Bacana Marcelo! E o Coturno disse que Serra estava lá por acaso. Na verdade tinha ida na festa de uma famosa jornalista. Já um passarinho me contou que quem fazia aniversário ontem era, advinha só, Dora Kramer!!! Que loucura, hein?
    Passarinho Pentelhão.

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