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Santo Agostinho

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mônica Serra rebate acusações do livro 'A Privataria Tucana'

27 de dezembro de 2011

A empresária e filha do ex-governador de São Paulo, José Serra, decidiu divulgar uma nota rebatendo as acusações feitas pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior em seu livro A Privataria Tucana. Segundo a publicação, a filha de José Serra, Verônica Serra, e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, foram sócias na empresa Decidir.com, sediada em Miami. O livro ainda diz que a empresa teria injetado recursos em uma empresa brasileira, que teria Verônica Serra como vice-presidente, a Decidir do Brasil.

Em nota, publicada no blog de Eduardo Graeff, que foi secretário-geral da Presidência durante o governo FHC, a filha de Serra nega ter sido sócia de Verônica Dantas. "Jamais intermediei nenhum negócio entre empresa privada e setor público no Brasil ou em qualquer parte do mundo. (...) Não fui sócia de Verônica Dantas, apenas integramos o mesmo conselho de administração", diz a nota.

"São notícias plantadas desde 2002 - ano em que meu pai foi candidato a presidente pela primeira vez - e repetidas em todas as campanhas posteriores, não obstantes os esclarecimentos prestados a cada oportunidade. Basta lembrar que, em 2010, fui vítima de quebra ilegal de sigilo fiscal, tendo seus autores sido indiciados pela Polícia Federal", disse Verônica, se referindo ao livro como uma arma política e eleitoral.

Para esclarecer sua atuação na empresa, a filha do ex-governador apresentou uma reconstituição dos fatos e de sua carreira. "No período entre Setembro de 1998 e Março de 2001, trabalhei em um fundo chamado International Real Returns (IRR) e atuava como sua representante no Brasil. Minha atuação no IRR restringia-se à de representante do Fundo em seus investimentos. Em nenhum momento fui sua sócia ou acionista. Há provas", disse.

Ainda segundo Verônica, esse fundo fez um investimento na Decidir e, por consequência, passou a deter uma parte minoritária da empresa. "A Decidir era uma empresa 'ponto.com', provedora de três serviços: (I) checagem de crédito; (II) verificação de identidade e (III) processamento de assinaturas eletrônicas. A empresa foi fundada na Argentina, tinha sede em Buenos Aires, onde, aliás, se encontrava sua área de desenvolvimento e tecnologia. No fim da década de 90, passou a operar no Brasil, no Chile e no México, criando também uma subsidiária em Miami, com a intenção de operar no mercado norte-americano", diz a explicação.

Alegando fazer parte de uma empresa regular, ela continua. "Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão. Ao contrário do que afirmam detratores levianos, sem provar nada, a Decidir não era uma empresa de fachada para operar negócios escusos. Todas e quaisquer transações relacionadas aos aportes de investimento eram registradas nos órgãos competentes."

Para explicar a suposta ligação com a irmã de Daniel Dantas, Verônica lembra que na época do primeiro investimento feito pela IRR na Decidir, o fundo de investimento Citibank Venture Capital (CVC) havia liderado a operação, porém, o CVC tinha parceria com o Opportunity, que foi convidado pelo CVC para co-investir na Decidir. "Na mesma operação de capitalização da Decidir, investiram grandes e experientes fundos internacionais, dentre os quais se destacaram o HSBC, GE Capital e Cima Investments.", explica a nota.

Nessa mesma época, Verônica Serra foi indicada para representar a IRR no Conselho de Administração da Decidir e Veronica Dantas foi indicada para participar desse mesmo conselho pelo Fundo Opportunity. "Éramos duas conselheiras (e não sócias), representando fundos distintos, sem relação entre si anterior ou posterior a esta posição no conselho da empresa."

Difamação

Verônica Serra continua alegando um complô difamatório, feito desde 2002, e que tem usado membros da família do então candidato José Serra em dossiês. "O fato acima, no entanto, serviu de pretexto para a afirmação (feita pela primeira vez em 2002) de que eu fui sócia de Verônica Dantas e, numa ilação maldosa, de que estive ligada às atividades do empresário Daniel Dantas no processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil. Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização."

A filha de Serra também desmente as afirmações de teria sido indiciada pela Polícia Federal e de que teria permanecido na Decidir até o ano de 2006. "Outra mentira grotesca sustenta que fui indiciada pela Polícia Federal em processo que investiga eventuais quebras de sigilo. Não fui ré nem indiciada. Nunca fui ouvida, como pode comprovar a própria Polícia Federal. Certidão sobre tal processo, da Terceira Vara Criminal de São Paulo, de 23/12/2011, atesta que 'Verônica Serra não prestou declarações em sede policial, não foi indiciada nos referidos autos, tampouco houve oferecimento de denúncia em relação à mesma.'(...) Minhas ligações com a Decidir terminaram formalmente em Julho de 2001, pouco após deixar o IRR, fundo para o qual trabalhava. Isso ressalta a profunda má fé das alegações de um envolvimento meu com operações financeiras da Decidir realizadas em 2006. Essas operações de 2006 - cinco anos após minha saída da empresa - são mostradas num fac-símile publicado pelos detratores, como se eu ainda estivesse na empresa. Não foi mostrado (pois não existe) nenhum documento que comprove qualquer participação minha naquelas operações."

Verônica encerra a nota, em tom de desabafo, alegando que tem provas de cada afirmação que fez. "Encerro destacando que posso comprovar cada uma das afirmações que faço aqui."

PSDB

O livro de Amaury Ribeiro Júnior também tem movimentado a cúpula do PSDB, que divulgou nesta terça-feira que vai processar o jornalista. Segundo a Executiva Nacional do partido, o livro traz dados "que não provam nada" e buscam "desviar o foco da opinião pública brasileira para uma série de denúncias e escândalos de corrupção do governo do PT".

Na última semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), recebeu o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tentará investigar eventuais irregularidades no processo de privatização de empresas brasileiras no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O requerimento para a instalação da CPI é baseado nas denúncias do livro.
 
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5534887-EI7896,00-Filha+de+Serra+rebate+acusacoes+do+livro+A+Privataria+Tucana.html

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